A Fábrica de António Estrella / Júlio Afonso, na Covilhã, foi classificada como Monumento de Interesse Público, de acordo com o Diário da República de quarta-feira, dia 16 de novembro.
Além do “Conjunto de fornalhas e poços cilíndricos da antiga tinturaria da Real Fábrica de Panos da Covilhã” este é o primeiro edifício fabril a ser classificado como Monumento de Interesse Público, na Covilhã.
No despacho assinado pela Secretária de Estado da Cultura, Isabel Rodrigues Cordeiro, pode ler-se que “situada na Covilhã, coração da indústria nacional de lanifícios desde a Idade Média, e erguida sobre preexistências fabris dos séculos XVII e XVIII que constituíam, provavelmente, a primeira manufatura de lã do país, a Fábrica de António Estrella… é indissociável do amplo edificado industrial da cidade,…”.
“A classificação da Fábrica de António Estrella / Júlio Afonso reflete os critérios… relativos ao caráter matricial do bem, ao seu interesse como testemunho notável de vivências ou factos históricos, ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção arquitetónica e urbanística, e à sua extensão e ao que nela se reflete do ponto de vista da memória coletiva”.
De referir que a Fábrica se constitui como um importante testemunho vivo das designadas “fábricas de pisos”, no âmbito do património industrial português, “sendo das poucas que chegaram intactas até aos nossos dias, tendo-se mantido em laboração contínua até 2002”.
Com esta classificação é também fixada a zona especial de proteção (ZEP) que “tem em consideração a implantação e a envolvente urbanística e paisagística, situado no vale da ribeira da Carpinteira, centro da cidade da Covilhã”, ficando assim salvaguardada a “manutenção das características fundamentais do lugar e as perspetivas da sua contemplação e fruição”, evitando o surgimento de intervenções com impacto descontextualizador.
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