A TAP vai cancelar 360 dos 500 voos programados para os dias 8 e 9 de dezembro na sequência da greve determinada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação, garantiu esta quarta-feira a companhia aérea portuguesa.
“Para evitar que os clientes com voos reservados para estas datas sejam ainda mais afetados pela incerteza sobre se o seu voo, devido à greve, terá ou não lugar, a TAP decidiu cancelar 360 voos programados para os dois dias da greve. Esta decisão terá um grande custo para a TAP mas é a decisão certa para proteger os nossos passageiros”, referiu, em comunicado, a TAP.
A greve terá um impacto de 8 milhões de euros em perdas para a companhia e vai afetar 50 mil passageiros que ja tinham bilhete comprado para esse dia, revelou a administração da TAP. “Dos cerca de 500 voos que tinhamos planeado para esses dias vão ser cancelados 360. Vamos voar a cerca de metade da nossa capacidade nesses dias”, lamentou Christine Ourmières-Widener, CEO da companhia aérea, sublinhando que não foi “uma decisão fácil”.
Recorde-se que a TAP tinha aconselhado os passageiros a alterar os voos previstos para 8 e 9 de dezembro, através do call center da companhia ou das agências de viagens. A mudança pode ser feita sem qualquer penalização, para datas entre 28 de novembro e 19 de dezembro. Já noutros períodos, as tarifas podem sofrer alterações.
No comunicado da TAP, pode ler-se:
“A TAP informa que recebeu o aviso de greve do SNPVAC para 8 e 9 de dezembro, confirmando assim o cenário mais difícil e a total inflexibilidade do Sindicato da Tripulação da Cabine para negociar uma solução que não prejudique os clientes, a Companhia e os Portugueses.
Para evitar que os Clientes com voos reservados para estas datas sejam ainda mais afetados pela incerteza sobre se o seu voo, devido à greve, terá ou não lugar, a TAP decidiu cancelar 360 voos programados para os dois dias da greve. Esta decisão terá um grande custo para a TAP, mas é a decisão certa para proteger os nossos passageiros.
Esta é a única solução que permite mitigar os inconvenientes causados aos Clientes da TAP, pois infelizmente a definição de serviços mínimos pode ser feita até três dias antes do início da greve e o SNPVAC recusou-se a antecipar a consulta aos seus membros, que só está programada para 6 de dezembro, apenas dois dias antes do início da greve, e é a única forma de a cancelar.
Desde a primeira reunião, destinada a evitar a greve, a TAP apresentou ao SNPVAC propostas concretas que justificariam a não realização da greve e que seriam de grande benefício para os membros da tripulação de cabina, mas o SNPVAC não as quis apresentar aos seus associados.
Nessas reuniões, a TAP foi clara em dois pontos:
– O Acordo de Emergência devidamente acordado com o SNPVAC não pode ser alterado alguns meses após ter sido assinado por ambas as partes, porque isso comprometeria o cumprimento do Plano de Reestruturação;
– A Assembleia Geral do SNPVAC teria de ser antecipada, para permitir à TAP proteger antecipadamente os seus Clientes e minimizar o impacto nas suas vidas, para evitar perturbações inaceitáveis no aeroporto e para minimizar o impacto financeiro do anúncio da greve.
O SNPVAC, infelizmente, não concordou em realizar a Assembleia Geral antes de 6 de dezembro, dando assim aos seus associados a oportunidade de votar sobre o acordo alcançado com a TAP.
Um dos argumentos invocados pelo SNPVAC para não o fazer é que a TAP apresentou uma proposta alegadamente desfavorável do AE.
Este argumento é infundado, uma vez que a TAP está a seguir o mesmo procedimento neste caso que seguiu com todos os sindicatos da empresa. Tendo em conta que a última revisão completa do Acordo de Empresa para PNC teve lugar em 2006 e tem de ser atualizado, a TAP submeteu uma nova proposta de negociação ao SNPVAC. A proposta em questão, contudo, como é normal num processo desta natureza, é apenas uma proposta básica para efeitos de negociação.
A TAP lamenta profundamente o resultado deste processo e a atitude intransigente do SNPVAC, que prejudicará a Empresa, os seus Clientes, e o País, beneficiando os concorrentes diretos da TAP.
O processo de cancelamento de voos e de informação aos passageiros já começou. A TAP contactará todos os passageiros afetados por estes cancelamentos, propondo voos alternativos, em datas diferentes, ou outras soluções que sejam aceites pelo Cliente. Com esta ação, a partir de hoje, e até 8 e 9 de dezembro, todas as equipas da TAP estão a trabalhar arduamente para encontrar as melhores soluções e minimizar todos os inconvenientes causados.
A TAP sabe que o cenário mais difícil que os seus clientes podem enfrentar é a incerteza sobre se os seus voos se vão realizar ou serão cancelados e, para ultrapassar esta incerteza, a TAP está a antecipar o cancelamento de parte da operação e já está a começar a trabalhar nas soluções a oferecer.
A qualidade do serviço prestado e a defesa dos interesses dos seus clientes foram e serão sempre uma prioridade para a TAP, que continua disponível para negociar com todas as estruturas representativas dos trabalhadores, com sentido de responsabilidade.
Este é apenas o início de um longo processo que é fundamental para assegurar a viabilidade da TAP. A Empresa não terá novas oportunidades para se tornar sustentável.
A TAP pede desculpa por esta situação e fará o melhor esforço para minimizar os impactos na viagem dos Clientes.”
Francisco Laranjeira / Multinews
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