Em
2014 visitei a Ucrânia no cenário de guerra, na
invasão da Crimeia pela Rússia. A Europa Ocidental tinha dado como
facto consumado. Falava-se em intensificar a compra do gás russo. O
presidente russo era estimado.
No
seguimento dessa minha presença no cenário de guerra escrevi e fiz
publicar uma crónica. Nela afirmei que tinha presenciado um cenário
de dois povos integrados no mesmo território. “Um
País Dois Corações.” Foi o título que
escolhi.
Criei
uma ideia para evitar um conflito que percebi inevitável. Em
presença do cenário que vi.
Em
2015 escrevi a Vladimir Putin por canais do Kremlin.
Queria apresentar-lhe a minha perspetiva para a sua ambição.
Não
demorou muito a resposta. Chegou-me através do Embaixador da Rússia
em Lisboa.
Este
queria saber detalhes, mas percebi que havia abertura.
Tenho
registos escritos por email dessas conversas.
A
preparação demorou algum tempo, o que achei natural. As relações
da Rússia com o Ocidente foram azedando, até que chegou o Covid-19.
E a invasão.
Hoje
posso revelar o plano que queria apresentar.
A
Europa Ocidental assenta em valores de autodeterminação,
nomeadamente. Assim, pretendia
saber de viva voz da abertura de Vladimir Putin
para este instrumento democrático, para as regiões em potencial
conflito. Tendo tido pessoal interpretação no terreno que o
desfecho lhe seria corretamente benéfico. Acreditei que poderia ser
possível que olhasse para a minha proposta.
Acredito
que não desse em nada essa minha tentativa. Mas, fica a frustração
por o não ter feito.
*Eduardo
Costa, Jornalista, presidente da Associação Nacional de Imprensa
Regional
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