A consideração pelas associações de dadores de sangue, verdadeiros
promotores da dádiva nas localidades onde estas desenvolvem as suas
actividades, é notória nas declarações prestadas, na parte final da peça jornalística
acima.
“As campanhas, quer para dadores de sangue, quer para potenciais dadores de
medula óssea, são promovidas a nível nacional pelo Instituto Português do
Sangue e Transplantação e pelos centros regionais, neste caso, o Centro de
Sangue e Transplantação de Coimbra”.
Esta declaração é espantosa, não podia ser melhor, o IPST faz tudo e os
centros regionais idem, não necessitam das associações de dadores locais, nem
de outros eventuais promotores.
Os dirigentes associativos já se habituaram à muito a não ser considerados,
a sua dedicação a não ser reconhecida, enfim vivemos em Portugal, onde o
civismo anda pelas ruas ou becos da amargura.
No tocante aos centros de saúde, ficamos com a percepção que não se conhece
a realidade que neles é praticada. Quantas vezes os dadores são obrigados a
pagar os valores das taxas moderadoras, porque o sistema para ler o histórico
não funciona, ou as declarações justificativas não estão preenchidas
correctamente, pelo menos é isto que lá dizem aos dadores, e assim vão entrando
na caixa registadora uns euritos para suportar algumas despesas.
Por fim, a comparação que é feita com outros países da Europa, consideramos
que fica-se muito aquém da realidade, ainda que as diferenças se registem de
país para país. Existem países que doam Vouchers aos dadores para custear
despesas nas suas deslocações.
Por cá, não se deve falar sobre esta possibilidade. É típico da nossa
cultura. Enfim, que dizer mais... Os centros | fazem tudo, o resto são ondas
passageiras. Haja um pouco mais de respeito pelo voluntariado nesta área.
J. Carlos
NB: recomenda-se a leitura do Manual de Gestão de Dadores como forma de desfazer as dúvidas, se é que existem.
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