quinta-feira, 7 de abril de 2016

360º - O FMI em Luanda e Draghi em Lisboa

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormiaO juiz Pedro Machete pode ser o novo presidente do Tribunal Constitucional. Mas o assunto ainda não está fechado. Segundo o Público, Marcelo Rebelo de Sousa preferiria que o substituto de Joaquim Sousa Ribeiro, que deixa o cargo em junho, fosse um dos novos membros do tribunal.

A PSP lançou esta madrugada uma operação antidroga na Amadora. Foram detidas quatro pessoas e ao longo do dia a polícia vai dar mais detalhes sobre o que se passou.

Donald Trump organizou ontem à noite um comício em Nova Iorque, o seu estado natal, para tentar ultrapassar a derrota nas últimas primárias no Wisconsin. Foi recebido pormilhares de apoiantes. "Adoro estas pessoas, adoro estas pessoas", disse Trump.

Informação relevanteO FMI vai entrar em Angola - e essa é "uma excelente notícia". O Edgar Caetano falou com vários empresários portugueses com negócios no país e todos estavam optimistas com o pedido de ajuda feito ontem por Luanda. "É uma oportunidade para pôr esta economia a funcionar". Nos últimos meses, como o Observador notou nesta reportagem, os portugueses estavam a deixar o país por causa das enormes dificuldades económicas.
A intervenção do FMI, diz o Negócios, pode ajudar a confirmar a saída de José Eduardo dos Santos do poder.

Mario Draghi está hoje em Lisboa para participar no primeiro Conselho de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa. Cá fora, espera-o um cartaz do Bloco de Esquerda com a poética frase "Xô Draghi"; lá dentro, esperam-no vários conselheiros que o criticaram no passado. Ao almoço, diz oNegócios, o presidente do BCE vai discutir com o Presidente da República, o primeiro-ministro e o governador do Banco de Portugal a hipótese de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, para que o banco se mantenha público.

Ontem, no Parlamento, só se falou em Maria Luís Albuquerque. A ex-ministra das Finanças deu explicaçõesdurante mais de cinco horas na comissão de inquérito ao Banif e entregou uma carta enviada pelos serviços da concorrência da Comissão Europeia onde se avisava que o final de 2015 era a data-limite para resolver o problema do Banif - sendo que a carta foi enviada em novembro. Hoje é a vez de Mário Centeno ir à comissão (no Observador, vamos seguir tudo em direto, numliveblog e numa transmissão televisiva).
Também no Parlamento, ficou a conhecer-se o conteúdo do relatório sobre a contratação de Maria Luís Albuquerque pela Arrow Global. O documento vai ser discutido na sexta-feira, e ainda pode ser alterado, mas a conclusão é clara: "Não existe incompatibilidade ou impedimento" no novo trabalho da ex-ministra das Finanças.

Também no Parlamento, continua o bang-bang entre PSD e Governo. Os social-democratas apresentaram ontem as suas propostas para a economia e dizem que as querem discutir na Assembleia. Já o ministro da Economia refere que tudo isso deve ser discutido, sim, mas na Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas. Esta diferença de opiniões geográfica é relevantíssima, como se imagina.

A Câmara de Lisboa vai colocar no mercado entre cinco mil e sete mil casas com rendas 30% a 40% abaixo do que seria normal. O objetivo, diz o município, é favorecer famílias com um rendimento bruto anual que esteja acima dos 7500 euros anuais (o que impede o acesso à habitação social) e abaixo dos 40 mil. Os detalhes estão no DN.

Foi de longe (de muito longe) o artigo mais lido ontem no Observador. Numa entrevista ao Edgar Caetano, Steen Jakobsen, economista chefe do Saxo Bank, foibrutalmente direto sobre Portugal. Um exemplo: "Sempre que me desloco a Lisboa, o governo que está em funções, seja ele qual for, diz-me sempre que dali a seis meses o país estará com um crescimento de 2%. Infelizmente, vocês não vão conseguir sequer aproximar-se dos 2%. Muito menos agora". Outro: "Como economista liberal que sou, acredito que vocês acabam de ter a pior alteração de governo de sempre". E ainda outra: "Vocês não estão a mudar nada no país e na economia".

Há mais novidades sobre os Panama Papers. Algumas dascelebridades que entretanto foram envolvidas no escândalo incluem Sarah Ferguson (que já foi casada com um filho da Rainha de Inglaterra), Simon Cowell (que produz programas de televisão) ou Mark Thatcher (filho de Margaret Thatcher). NaIslândia, o governo passou a ser liderado pelo ministro da Agricultura, depois de o primeiro-ministro se ter demitido. NaChina, familiares de oito membros de topo do Partido Comunista surgem nos documentos que estão a ser revelados (não se sabe se os próprios estão envolvidos). Na Suíça, houve buscas na sede da UEFA. Em Portugal, o governo garantiu que vai usar "todos os mecanismos legais" para tributar os portugueses que possam aparecer na lista das pessoas que recorreram a offshores.

A confirmação surgiu ontem e levantou mais dúvidas sobre a eficácia das forças de segurança belgas: um dos terroristas que se fez explodir no aeroporto de Bruxelas trabalhoudurante dois meses no Parlamento Europeu, como funcionário de uma empresa de limpezas.

França transformou-se no quinto país da Europa a aplicar multas a clientes de prostitutas. Começa nos 1500 euros e pode chegar aos 3500 se houver reincidência.

Os nossos EspeciaisJá se sabe que em Portugal a Justiça é lenta. Mas não em todo o lado, como descobriu a Sónia Simões. Nos tribunais onde são julgados crimes com pensas inferiores a cinco anos, todo o processo tem de estar terminado em 20 dias.

"A Utopia", de Thomas More, faz agora 500 anos. Numensaio imperdível, Miguel Freitas da Costa recorda de onde veio esta obra e qual o legado que deixou.

Notícias surpreendentesA Tailândia é um paraíso? Sem dúvida. Mas também pode ser um perigo. Segundo o jornal espanhol El Confidencial, o governo tailandês manipulou dados sobre as mortes de turistas no país.

Hoje é dia de estreias no cinema. Eurico de Barros prestou especial atenção a "Verdade", mais um filme sobre uma investigação jornalística. A história passa-se nas eleições presidenciais de 2014. Durante a campanha, o programa "60 Minutes" revelou que George W. Bush teria tido um tratamento preferencial durante a guerra do Vietname. Mas surgiram imediatamente enormes dúvidas sobre a veracidade da informação e a credibilidade da fonte. Vários jornalistas acabaram despedidos e o apresentador Dan Rather reformou-se à pressa. O filme só merece duas estrelas. Escreve o crítico do Observador: "O que mais irrita no filme é que aparenta ser objetivo e isento, quando está bandeado com a sua protagonista [uma das jornalistas despedidas]. E tem, como esta, dificuldade em dar o braço a torcer e admitir o óbvio ululante: que Mapes e a sua equipa foram negligentes na verificação dos factos e na identificação das fontes".
Além de "Verdade", há mais três filmes para ver: um drama búlgaro, uma má história de boxe e um produto pouco comum passado na Amazónia.

Isto é mais complicado do que parece. Segundo o The New York Times, antes de casar é preciso fazer uma série de perguntas decisivas. Umas são, digamos, normais, como "Gostamos dos pais um do outro?". Outras são levemente assustadoras, como "Estarias disposto a pagar uma fiança para me tirar da prisão?" (depois de anos de busca desesperada pela pessoa ideal, o objetivo é começar uma relação com alguém que planeia ir parar à cadeia?).

No mesmo comprimento de onda, surgiu uma forma dedescobrir se o companheiro usa o Tinder, uma aplicação que pode servir para facilitar uma traição.

Tem um minuto livre? Então olhe para o ponto vermelho que está aqui e diga-nos o que vê - é mais uma ilusão de óptica que está a pôr toda a gente a falar. E, agora, tem dois minutos livres? Então olhe para estas equações e tente resolvê-las (não é assim tão difícil).

E, agora, tem uns segundos livres? Então passe pelo Observadorpara ficar a conhecer todas as novidades de hoje.
Até já!
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