quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ajuda FMI? “É escandaloso quando se pensa no país rico que é Angola”

Imagem:noticiasaominuto
O comentador abordou dois temas muito polémicos: os Panama Papers e o pedido de ajuda externa de Angola.

A tarde de quarta-feira ficou marcada com a notícia de que Angola tinha pedido ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o comentador da SIC - habitualmente às segundas-feiras - "era inevitável" porque Angola "tem uma economia que dependia 80% das receitas de petróleo e caiu brutalmente nos últimos anos"

"Como era uma mono receita o país foi à falência. É escandaloso quando se pensa no país rico que é Angola e quando se pensa na imensa riqueza acumulada pelos dirigentes angolanos à roda do presidente", considera.

Para o escritor, é "insustentável que o país e as pessoas estejam na miséria, quando o governo vive na abundância geral. Só o orçamento para a segurança do presidente é três vezes maior que oito hospitais em Luanda".

"A esperança é que o FMI imponha exigências de outra governação", afirma, acrescentando que é necessária uma mudança de paradigma mas isso significa que tenha que haver honestidade e fim da corrupção. Contudo, "isso não está na vontade dos atuais dirigentes de Angola".

O comentador refere ainda que "a situação económica de Angola está ligada à política". "Não há dúvida que Angola chegou a um ponto em que o atual poder bateu com a cabeça na parede", acrescenta.

Outro tema que também esteve em destaque no 'Jornal das 8' foi o escândalo financeiro Panama Papers. "Porque não se concertam? Porque não há interesse nisso. O poder financeiro é opaco e tem muitas ligações com o poder político, aquela gente toda que se reúne anualmente, os poderosos do mundo, está lá tudo o que permite as offshores".

"Há aqui uma ação concertada para subtrair biliões de dinheiro de impostos aos países", indica.

Sousa Tavares explica ainda que "regra geral não é crime ter dinheiro em offshore desde que os impostos sejam todos pagos no país de origem".


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