O grupo de ensino GPS, do ex-deputado do PS António Calvete e por onde já passaram vários ex-políticos, foi o principal beneficiário do Estado, em 2015, no âmbito dos contratos de associação, recebendo quase 20 milhões de euros.
O Ministério da Educação atribuiu 140,7 milhões de euros aos colégios privados, em 2015, destinandoquase 20 milhões de euros às 14 instituições de ensino do Grupo GPS – Gestão e Participações Sociais, que têm contratos de associação com o Estado.
Os dados são divulgados pelo jornal Correio da Manhã, que revela que os colégios do grupo GPS são“o maior beneficiário do financiamento do Estado”.
O GPS, de que o ex-deputado do PS António Calvete será o principal accionista, tem recebido apoios estatais anuais que variam entre os 483 mil euros, no caso do Instituto Vasco da Gama, em Leiria, e os3,46 milhões de euros, no caso do Colégio Miramar, em Mafra, conforme destaca o mesmo jornal.
Por este grupo já passaram vários políticos, além de António Calvete que foi membro da Comissão Parlamentar de Educação, no governo de António Guterres.
Já exerceram funções no GPS José Junqueiro, deputado do PS, Domingos Fernandes, ex-secretário de Estado da Administração Educativa do governo de Guterres, e Paulo Pereira Coelho, ex-secretário de Estado nos governos de Santana Lopes e de Durão Barroso.
Em 2014, as instalações do grupo GPS foram alvo de buscas, por parte da Polícia Judiciária, no âmbito de suspeitas de crimes de corrupção e branqueamentos de capitais.
O Expresso noticiou, na altura, que estaria em causa a “má utilização de dinheiros públicos e de tráfico de influências”, referindo em particular os casos dcolégios do GPS nas Caldas da Rainha – Rainha Dona Leonor e Frei Cristóvão.
O semanário realça que o então secretário de Estado da Administração Educativa, José Manuel Canavarro, e o director regional de Educação de Lisboa, José Almeida, terão tido “papel fundamental”para que ambos conseguissem o financiamento do Estado.
Estes dois dirigentes foram, mais tarde, contratados pelo grupo, salienta o Expresso.
Também uma reportagem da jornalista Ana Leal, da TVI, emitida pelo canal de Queluz em 2012, assinalava os laços entre o GPS e o poder político, frisando as elevadas verbas que o grupo recebia do Estado.
Além do Grupo GPS, há ainda dois grandes beneficiários dos dinheiros públicos, no âmbito dos contratos de associação.
Em 2015, os colégios do Grupo Didáxis receberam cerca de 10,9 milhões de euros e os Salesianos, que têm ligações à Igreja, tiveram direito a 6,8 milhões de euros, conforme dados do CM.
O jornal realça que estes três grupos – GPS, Didáxis e Salesianos – ficaram com cerca de 37,7 milhões de euros do financiamento do Estado pago aos 79 colégios com contratos de associação – o que dá quase 27% do “bolo”.
ZAP
Comentário: O contribuinte é que paga esta saga de dinheiros públicos? Compreendemos os motivos da dita "luta" pela continuidade da saga.
Os portugueses continuam a viver ainda acima das suas possibilidades? Ou já terminou a música? Dizia o meu avo: com as calças do meu pai, sou mais homem.
J. Carlos
Nenhum comentário:
Postar um comentário