Imagem:tvi24.iol.pt |
Cientistas
dinamarqueses observaram que a oração activa uma área do cérebro onde se
processa o conhecimento social, da mesma forma que uma conversa com outra
pessoa, segundo um estudo publicado numa revista britânica de neurociências,
noticia a Lusa.
Uma
equipa da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, dirigida por Uffe Schjodt,
pediu a 20 católicos praticantes para se submeterem a exames de imagiologia por
ressonância magnética (MRI) enquanto realizavam duas tarefas, uma do domínio
religioso e a outra do «secular».
Na
primeira, em que os voluntários recitaram silenciosamente o «Pai Nosso» e
depois uma poesia infantil, das duas vezes activaram áreas idênticas do cérebro
relacionadas com a enumeração e a repetição.
Na
segunda foi-lhes pedido que improvisassem orações pessoais antes de fazerem
pedidos ao Pai Natal.
Segundo
as conclusões do estudo, publicado na revista «Social Cognitive and Affective
Neuroscience», as orações improvisadas desencadearam padrões coincidentes com
os observados quando uma pessoa comunica com outra e activaram circuitos
associados à teoria da mente, ou capacidade para imputar motivações e intenções
aos outros indivíduos.
Pensa-se
que duas das regiões activadas processem o desejo e a consideração de como
poderá reagir outro indivíduo - neste caso Deus. Foi também activada parte do
córtex pré-frontal, ligado à consideração das intenções de outra pessoa, e uma
área que se julga ajudar a aceder a memórias de encontros anteriores com essa
pessoa.
Resultado
para crentes e para ateus
Os
investigadores notaram que o córtex pré-frontal, fundamental para a teoria da
mente, não foi activado durante a tarefa ligada ao Pai Natal, numa indicação de
que os voluntários o consideraram uma figura fictícia e Deus um indivíduo real.
Estudos
anteriores mostraram que o córtex pré-frontal não é activado quando as pessoas
interagem com objectos, como um jogo de computador.
«O
cérebro não activa essas áreas por não esperar reciprocidade, nem considerar
necessário pensar nas intenções do computador», explicou Schjodt, citado pelo
jornal «Newscientist».
Na
sua perspectiva, os resultados mostram que os crentes julgam estar a falar com
alguém quando rezam, agradando assim tanto aos cristãos como aos ateus. «Para
uns prova que Deus é real, para os outros é tudo uma ilusão», afirma este
investigador do Departamento de Estudo da Religião da Universidade de Aahrus.
Fonte:
Portugal Diário
(13/04/2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário