O aumento do peso econômico do
funcionalismo público no Brasil é um absurdo abissal, um absurdo do tamanho do
Brasil.
Já escrevi que os brasileiros são reféns
do funcionalismo público, e que se esta situação não for corrigida, ainda
penaremos muito. Pelo que observo, não há perspectivas favoráveis num horizonte
de curto prazo, e isso é lamentável.
Em 2015, o governo de Dilma Rousseff
bateu mais um recorde, e gastou 39,2% de suas receitas com o pagamento de
servidores públicos federais. São dados do Ministério do Planejamento que
acrescenta ainda, que até o mês de novembro de 2015, o governo federal tinha
nos Três Poderes, “apenas” 2.190.000 pessoas em sua folha de pagamento, dos
quais 55,3% estão na ativa, 26% estão aposentados e 18,7% são pensionistas.
O total da folha de pagamento, no ano de
2015 foi de R$ 255,3 bilhões de reais, ou 5,3% do PIB.
E, para comprovar que o que está ruim
pode piorar, a situação se agravará, pois a recessão econômica tem diminuído
substancialmente a arrecadação de tributos e, além disso, em 2015, o governo
federal fez acordo de reajuste salarial com cerca de 90% dos servidores do
Executivo e a maioria deles assinou acordo com vigência de dois anos e reajuste
de 10,8%.
Gente, a crise é muito séria, e o
governo federal que deveria trabalhar duro para diminuir os gastos com
funcionalismo público, parece não estar nem aí, e continua contratando.
No setor privado o arrocho é forte para
reduzir gastos com pessoal e os empresários demitem aos milhares, porém, no
setor público há perniciosa mania de considerar irrelevante esta crise que nos
assola, e contratam mais servidores, como se dinheiro se obtivesse em árvores,
e se fosse época de plena colheita. Loucura!
É um descompasso brutal e irresponsável,
onde nosso governo age diametralmente oposto à forma de agir dos países
europeus que não hesitaram em diminuir o tamanho do funcionalismo público, por
ocasião da crise econômica que enfrentaram em 2008. Ora, assim fica
difícil, não é mesmo?
E os servidores públicos estaduais? As
administrações de 11 Estados da Federação estão sem dinheiro em caixa, e
passaram a atrasar, ou parcelar, ou escalonar suas folhas de pagamento e tal
atitude já afetou mais de 1,5 milhão de servidores. E a arrecadação dos
Estados também vem diminuindo... Então, durma-se com um barulho desses...
Aí você vem querer me convencer que
defenestrar Dilma é um golpe? Você está brincando, ou quer que morramos todos
abraçados nesta incompetência nefasta e paralisante...
João António Pagliosa
Curitiba, 01 de maio de 2016
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