O presidente do PSD disse hoje esperar que a esquerda "não se ponha ao fresco" quando tiver que corrigir as políticas que estão a ser seguidas e que o Governo "não se demita à primeira dificuldade".
"Haverá um dia em que o Governo vai ter de corrigir [as políticas que está a empreender] e espero que não se ponha ao fresco, como em 2011. Deve ser este Governo e a sua maioria a corrigir os erros que estão a cometer porque tem essa responsabilidade. Espero que a maioria aprove os Orçamentos do Estado de 2017 e 2018. Não contem para isso connosco e não vale a pena virem depois com crises políticas", afirmou Pedro Passos Coelho.
O líder do PSD, que falava em Aveiro onde deu posse aos novos órgãos distritais do partido, assegurou que o PSD "não tem pressa" em voltar à governação e por isso não pede a demissão do Governo, porque "em democracia quem governa deve ter a oportunidade de mostrar o que vale".
Para o ex-primeiro-ministro, o executivo de António Costa está a "meter a cabeça na areia, como no passado, o que se vai pagar caro", e só não quer rever as contas [Orçamento Retificativo] porque tinha de dizer aos portugueses que, afinal, a realidade não é a que estão a prometer".
Criticou ainda António Costa por dizer que o crescimento económico de 2015 foi aparente quando o "demonstram o Banco de Portugal, O INE [Instituto Nacional de Estatística] e as Contas Públicas", admitindo apenas que "a situação se complicou no final de 2015, com a perspetiva de crise política, cuja responsabilidade cabe à atual maioria".
"É verdade: no final de 2015 o investimento parou, as pessoas tiveram medo, a atividade económica parou", disse o ex primeiro-ministro que assumiu o "legado" que deixou "de um ciclo duro de ajustamento, em que o essencial foi feito, o que permite ao atual Governo reduzir a austeridade".
"Com o défice que, sem a banca, seria de 2.8% em 2015 e que há muitos anos não era tão baixo e um desemprego em 12%, que no passado havia chegado aos 17%, o caminho estava correto", insistiu Passos Coelho, para quem o Governo e a maioria que o suporta no parlamento estão a desperdiçar as condições criadas e a criar mais dificuldades para o futuro, ao reverter as medidas que haviam sido tomadas.
Fonte: Lusa
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