Eis aí uma
tarefa assaz difícil, e de extrema complexidade, e que requer habilidade se ambicionamos
êxito na empreitada. Mudar mentes depende exclusivamente de quem assume e se
conscientiza que pensa e, portanto, age de maneira incorreta.
O primeiro
entrave: Ninguém gosta de admitir erros. Vergonha, autoestima ferida, decepção
consigo próprio, mágoas, fazem a pessoa procrastinar mudanças, e por isso, sofrem
coisas que não precisariam sofrer.
Houve tempos em
que eu considerava mudar mentes uma batalha perdida, e dezenove anos atrás escrevi um artigo comentando sobre
a imutabilidade da cabeça do homem.
Raciocinava,
outrora, que pau que nasce torto morre torto, as mudanças eram superficiais e no
cerne, nas suas essências, o homem não mudava.
Embora esteja
cercado de provas de que pessoas não mudam suas cabeças, atualmente não penso
mais assim. Hoje compreendo que as pessoas podem mudar radicalmente as suas vidas,
mas elas precisam se convencer disso, e precisam, principalmente, querer isso.
Por quê? No
livro de Atos 6 : 6, conhecemos a figura de Estevão, um homem cheio de fé e
cheio de Espírito Santo, que fazia prodígios e grandes sinais, (milagres),
entre o povo judeu.
Você, leitor,
sempre levantará a ira de seus adversários quando mostrar habilidades, sabedoria
e sucesso. E estes adversários vão aprontar armadilhas para derrubá-lo e, isso aconteceu
também, com Estevão.
Os sumo
sacerdotes do Sinédrio, (o S.T.F. da época), não conseguiam resistir a
sabedoria e ao Espírito pelo qual Estevão falava e então, subornaram pessoas,
as quais testemunharam assim: “Temos ouvido este homem blasfemar contra Moisés
e contra Deus.”
Pronto, estava
armada a arapuca. Estevão foi julgado e todos que estavam no Sinédrio, fitando
os olhos naquele apóstolo de Jesus, viram o rosto de Estevão, como se fosse
rosto de anjo.
Era, prezado
leitor, a presença de Deus, naquele fiel servidor. Sempre menciono que Deus
nunca abandona aliados. Ele atravessa os desertos connosco, Ele permanece ao
nosso lado quando adoecemos, quando estamos carentes e famintos de tudo e de
todos. Ele é fiel, não muda e não quebra os princípios que Ele próprio
instituiu.
No transcorrer
do julgamento, Estevão demonstra toda a sua sabedoria, e confronta os sacerdotes
e o povo judeu. Isso está em Atos 7 : 51 e 52, e Estevão diz: “Homens de dura cerviz,
e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo,
assim como fizeram os vossos pais, assim também vós o fazeis. Qual dos profetas
vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a
vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos, vós que
recebestes a lei por ministério de anjos e não a guardaste.”
Ouvindo estas
palavras, enfureceram-se os judeus e rilhavam-se seus dentes e arremeteram-se
contra Estevão, que pleno do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu
a glória de Deus, e viu Jesus, que estava a direita do Pai, e disse; “Eis que
vejo os céus abertos, e o Filho do Homem, em pé a destra de Deus.”
Queridos, Deus
não abandona seus aliados, e por isso Jesus está de pé e não sentado. E o povo
enfurecido, lança Estevão fora da cidade e o apedrejam. As testemunhas deste massacre
insano deixam as vestes de Estevão aos pés de Saulo, o cirineu. (o qual se
tornaria o apóstolo Paulo).
Enquanto o
apedrejavam, Estevão invocava e dizia: “ Senhor Jesus, recebe o meu espírito!”
E ajoelhando-se, enquanto as pedras o matavam, ele clamou em alta voz: “
Senhor, não lhes
imputes este pecado.” E com estas palavras, Estevão, adormeceu. Morreu, e
cumpriu brilhantemente a sua tarefa. Tornou-se o primeiro mártir da Igreja de Jesus
Cristo, após a descida do Espírito Santo.
Prezado,
deixe-me dizer-lhe algo: Quando aceitamos Jesus de verdade, nós somos completamente
transformados, nós não nos importamos mais com nós mesmos. O nosso próximo é
nossa prioridade.
O nosso desejo
carnal, nós o sufocamos, a nossa alma que é a origem de nossos pecados, nós a
dominamos, e alinhamos o nosso querer com o querer de Jesus.
As angústias, as
depressões, os pânicos, e todas as confusões psíquicas que atormentam pessoas
deste mundo, mundo que lamentavelmente jaz no maligno, são resultados de preocupações
com nosso próprio umbigo, com o nosso próprio eu.
Cristão que
sofre as agruras de mente fragilizada, necessita urgentemente se ajoelhar perante
Jesus e clamar pelo seu socorro. Esta é a terapia que funciona!
Mudança de mente
somente acontecerá quando nos voltarmos para Deus, quando entendermos a nossa
pequenez sem a sua presença. E, concomitantemente, a nossa real soberania e
extrema competência em tudo que é bom, útil e agradável, acontecerá com a presença
de Deus.
Aliança com
Deus, eis aí, a chave para mudar mentes. Com meu carinho e orando para a
lucidez e a sabedoria de todos.
João Antonio
Pagliosa
Curitiba, 29 de abril de 2016
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