O representante da ONU na Guiné-Bissau, Miguel Trovoada, recomendou hoje ao chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, que não seja árbitro e jogador ao mesmo tempo, defendendo que tem que estar equidistante da política.
"Ser presidente não é uma tarefa fácil. Como chefe da nação (?), o senhor tem o papel de árbitro, o árbitro é aquele que está equidistante em relação às equipas que estão a jogar, é aquele que é o garante da aplicação das regras do jogo", defendeu.
Miguel Trovoada despediu-se hoje de José Mário Vaz após 20 meses de missão na Guiné-Bissau enquanto representante do secretário-geral das Nações Unidas.
Perante os jornalistas, Miguel Trovoada afirmou ainda que "é papel do árbitro exigir que as regras sejam cumpridas sem serem modificadas durante o jogo", sublinhou.
"As regras são pré-estabelecidas e se há algo a modificar" terá que o ser "antes de se iniciar a partida", observou o representante da ONU, para quem o Presidente tem que fazer sempre "o que for possível", dependendo dos momentos, mas sempre na perspetiva do futuro.
Tal como é hábitual neste tipo de audiências, os jornalistas foram convidados a sair da sala após os primeiros minutos do encontro, e saíram quando José Mário Vaz começou a responder ao representante da ONU.
Sob o patrocínio do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), coordenado por Trovoada, termina esta tarde em Bissau um encontro de dois dias visando elaborar os termos de um pacto de estabilidade entre os atores políticos guineenses.
MB // APN - Lusa
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