Ricardo Salgado justificou, no âmbito de um interrogatório no caso Monte Branco, as transferências no valor total de 18,5 milhões de euros para Zeinal Bava como uma forma de “cativar” o ex-CEO da PT, contrariando assim, a versão apresentada por este.
CRISE DO BES
No segundo interrogatório a que foi sujeito, no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, no âmbito do caso Monte Branco,Ricardo Salgado justificou o pagamento de 18,5 milhões de euros feito a Zeinal Bava, através do chamado “saco azul” do Grupo Espírito Santo, a offshore Espírito Santo Enterprises, como sendo uma “remuneração extra” para o “cativar”.
Um dado apurado pelo Observador que salienta que as justificações apresentadas pelo ex-presidente do BES para aquele pagamento contradizem as que foram apresentadas, há menos de um mês, pelo próprio Zeinal Bava.
Em declarações ao jornal online, a 20 de Maio deste ano, Bava referiu que o valor seria um financiamento do GES para a compra de acções da própria PT, num cenário de privatização total da empresa, sem a intervenção do Estado.
Ora, Salgado disse no TIC, a 24 de Julho de 2015, que foi ele a ordenar as transferências como “sendo uma remuneração extra para cativar o CEO da PT e a equipa de “primeiríssima água” que Bava tinha seleccionado para ir para o Rio de Janeiro no início de 2011 para reorganizar a Oi”, cita a mesma publicação.
O ex-banqueiro terá também garantido no interrogatório que a ideia das transferências terá sido do próprio Bava, com o objectivo de “evitar que os quadros da PT fossem trabalhar para empresas concorrentes“ e, designadamente, que o ex-CEO da PT fosse contratado pelo mexicano Carlos Slim, o homem forte das telecomunicações na América Latina.
Os 18,5 milhões de euros foram transferidos para uma conta de Zeinal Bava na Suíça em duas tranches, em 2010 e em 2011, e a fusão entre a PT e a Oi só foi anunciada em Outubro de 2013.
ZAP
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