Em
discussão no plenário da Assembleia da República estarão sete projetos de lei
do BE, dois projetos de resolução do PSD, seis projetos de lei do PCP, dois
projetos de lei e um de resolução do PS e um projeto de lei e dois de resolução
do CDS-PP.
O
debate potestativo em torno das offshores e transparência fiscal havia sido
anunciado pelo Bloco nas jornadas parlamentares que o partido organizou no
começo de maio, com os bloquistas a pedirem nas semanas seguintes o contributo
dos vários partidos para a matéria, o que - no que refere pelo menos à
apresentação de propostas parlamentares - acabou por acontecer.
"O
combate aos offshores" e à "opacidade em que operam é uma urgência
nacional", diz o Bloco, mas pelo menos um dos textos - referente à Zona
Franca da Madeira - já se sabe que não será viabilizado pelo PS.
A
proposta bloquista para a Região Autónoma da Madeira, que pretende condicionar
os benefícios fiscais à criação de postos de trabalho estáveis e a tempo
inteiro, merecerá o voto contra do PS, com o deputado socialista Carlos
Pereira, madeirense, a sublinhar que o Centro Internacional de Negócios da
Madeira (CINM) é "um instrumento muito importante para a economia" da
região.
Outros
textos do partido pedem, por exemplo, o impedir de pagamentos em numerário
acima dos dez mil euros, a definição do conceito de beneficiário efetivo para
efeitos do código do IRC ou o alargar da obrigatoriedade de registo dos
acionistas dos bancos à identificação dos beneficiários efetivos das entidades
que participem no seu capital.
O
PSD, por seu turno, apresenta dois projetos de resolução: o primeiro texto
recomenda à Comissão Europeia o reforço do quadro jurídico comunitário de modo
a "aumentar a transparência nas transações financeiras".
O
segundo projeto, por seu turno, recomenda ao Governo "a adoção de medidas
para troca automática de informações fiscais e prevenção do branqueamento de
capitais no quadro da transposição de diretivas comunitárias" no espaço
europeu.
Já
os comunistas focam-se em projetos de lei e abordam matérias como as 'ffshores,
pedindo também o agravamento das taxas de tributação de operações financeiras
dirigidas a "entidades sujeitas a regime fiscal claramente mais
favorável".
O
PCP quer também, por exemplo, alterar as condições "em que um país, região
ou território pode ser considerado regime fiscal claramente mais
favorável".
O
PS vai ao encontro de uma ideia bloquista, pedindo os socialistas a proibição
de pagamentos em numerário acima de três mil euros (valor abaixo do indicado
pelo BE), e um segundo projeto de lei socialista reclama a proibição da emissão
de valores mobiliários ao portador.
À
Comissão Europeia, os socialistas recomendam o "reforço e o aprofundamento
da coordenação e ação europeia em matéria de transparência no domínio da
fiscalidade e nas transações financeiras".
O
CDS-PP apresenta apenas um projeto de lei - também sobre regras para pagamentos
em numerário - e os dois projetos de resolução recomendam medidas para aumentar
a coordenação da ação europeia na transparência fiscal e a ponderação "da
criação de um registo central de valores mobiliários no âmbito da
transposição" de uma diretiva comunitária.
Na
quarta-feira, o Parlamento Europeu deu luz verde à criação de uma comissão de
inquérito para o caso "Panama Papers", referente a denúncias de fuga
aos impostos através paraísos fiscais - um tema que tem marcado os últimos
meses de atualidade noticiosa a nível internacional mas também em Portugal.
Fonte:
Lusa / sic notícias
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