sexta-feira, 15 de julho de 2016

ONU ALERTA PARA REGRESSO DA VIOLÊNCIA A MOÇAMBIQUE


 
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou num discurso em Genebra, na Suíça, que Moçambique “mostra sinais de regresso à violência”.
“Moçambique, que tem sido considerado uma história de sucesso africano nos últimos anos, mostra sinais de retorno à violência”, disse Zeid Al Hussein esta quarta-feira.
O responsável da ONU disse que “o ressurgimento de um conflito armado entre o braço armado da Renamo e o exército nacional levou ao deslocamento de pessoas nas áreas afetadas”.
Al Hussein disse ainda que “raptos, execuções sumárias, maus tratos e ameaças a defensores dos direitos humanos e jornalistas foram denunciados” e pediu que fossem apuradas responsabilidades.
“Encorajo o governo a fazer o máximo que pode para penalizar os responsáveis e para enfrentar a corrupção que impede tantos moçambicanos de acederem aos seus direitos económicos e sociais”, concluiu o responsável.
O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, indicaram em junho terem chegado, por telefone, a um consenso sobre a participação de mediadores internacionais nas negociações para o fim dos confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e o braço armado da oposição.
Apesar de as duas partes terem reatado as negociações, o centro do país continua a ser cenário de relatos de confrontações entre o braço armado da Renamo e as Forças de Defesa e Segurança.
O principal partido de oposição recusa-se a aceitar os resultados das eleições gerais de 2014, ameaçando governar em seis províncias onde reivindica vitória no escrutínio.
No seu discurso em Genebra, o alto comissário analisou ainda vários conflitos mundiais e foram destacadas as realidades de países africanos como Burundi, República Centro-Africana, Sudão, Sudão do Sul, Mali, Mauritânia, Egito e Líbia.
Zeid Al Hussein revelou que “o ódio está a tornar-se generalizado” e que recomeçam a aparecer as “barreiras que atormentaram as gerações anteriores e nunca produziram qualquer solução sustentável para nenhum problema”.
/Lusa

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