O ator americano Robert De Niro comparou hoje o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, com Travis Bickle, o delirante anti-herói que interpretou em "Taxi Driver", e concluiu com um desejo: "Que Deus nos ajude".
Robert De Niro encontra-se em Sarajevo para participar no festival de cinema desta cidade, que na sexta-feira divulgou uma versão restaurada do clássico cinematográfico "Taxi Driver" (Martin Scorsese, 1976).
Em "Taxi Driver", De Niro -- há muito um apoiante dos democratas -- interpreta Travis Bickle, um veterano da guerra do Vietname que conduz um táxi em Nova Iorque e que sucumbe lentamente à paranoia e esquizofrenia. "O que é significativo para mim é esta ironia de no final ele (Travis) estar a conduzir novamente o seu táxi e... congratulamo-nos. O que é de alguma forma, de um modo estranho, pertinente também hoje", comentou o ator numa conversa pública à margem do festival, do qual é convidado de honra.
Fazendo a ligação com a corrida presidencial norte-americana, De Niro disse que Trump, como Bickle, está onde não devia estar. "É uma loucura, pessoas como Donald Trump, que são totalmente...", comentou, sem terminar a frase. "Não deveriam de estar onde estão. Então que Deus nos ajude", ironizou.
"Acredito que agora as pessoas começam realmente a rejeitá-lo. Os meios de comunicação prestaram-lhe toda a atenção, e agora começam a dizer, 'Vamos, Donald, é ridículo, é uma loucura, não tem sentido'. Porque o que dizia durante a campanha é realmente totalmente uma loucura", insistiu De Niro.
Não é a primeira vez que o ator critica o excêntrico milionário. Em 2011, quando Trump ainda não havia manifestado as suas ambições presidenciais, De Niro também classificou os propósitos do magnata de "loucura", nomeadamente quando o agora candidato questionou a nacionalidade do atual presidente americano, Barack Obama.
Donald Trump foi criticado inclusive dentro do grupo republicano pelos seus comentários durante a campanha. Na sexta-feira, o jornal americano Politico informou que mais de 70 influentes republicanos assinaram uma carta pedindo ao partido que pare de gastar dinheiro na campanha presidencial de Trump e passe a destiná-lo à disputa legislativa de novembro. "Acreditamos que as imprudências, incompetência e o recorde de impopularidade de Donald Trump arriscam transformar esta eleição numa avalanche democrata", afirma o rascunho do texto de uma carta ao presidente do Comité Nacional Republicano, Reince Priebus, obtido pelo jornal.
O texto pede uma "mudança imediata" do partido no financiamento das campanhas das eleições do Senado e da Câmara de Representantes para ajudar os candidatos republicanos que estão piores nas sondagens e cujas perspectivas eleitorais foram afetadas pela impopularidade de Trump. "Esta não deveria ser uma decisão difícil, já que as chances de Donald Trump ser eleito estão a evaporar-se dia após dia", afirma a carta.
No início da semana, Trump acusou o Presidente Barack Obama de ser o "fundador" do grupo extremista Estado Islâmico e a sua rival democrata, Hillary Clinton, de ser "cofundadora". Depois de manter as declarações por diversas vezes, sugeriu na sexta-feira que estava a ser sarcástico.
sapo
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