Fernando Vumby, opinião
Quando alguém se torna famoso simplesmente pelo seu carácter assassino, temperamento explosivo e é vangloriado como tal, dá nisto mesmo apesar de ainda não serem conhecidas todas as façanhas criminosas em que o mesmo esteve envolvido.
Este tipo se não é maluco tem plena consciência dos seus montões de acções (criminosas), ainda que não partilhe dos sentimentos que as pessoas normalmente sentem ao matar alguém ou deixar ser morta uma criança como foi o caso mais recente.
O sadismo é hoje uma característica que se nota com frequência no comportamento dos governantes angolanos, que se esfoliam entre eles, matam-se, mandam matar e deixam morrer nem sempre por intolerância política como se tem pensado, mais sim por causa de cargos, poder, dinheiro, cobiça das mulheres alheias e fama num império de assassinos (Angola) sob gestão de JES.
Verdade é uma e o aviso que fique no ar, se não travarem agora este e outros homens conhecidos como assassinos (fardados) o espetáculo mortífero que se avizinha para antes e depois da batota eleitoral poderá ser incontrolável.
Agora que o matar crianças, jovens, velhos e mulheres se tornou para alguns como se fosse chupar um gelado, precisamos ter muito cuidado porque nada mais difícil, complicado e ate mesmo arrepiante para um povo do que habituar-se a lidar com assassinos delirantes, frios e tão calculistas, mentes perversas ao extremo no limite entre o real e o imaginário.
Com todo trungungo que se lhe conhece general Wala quer com certeza mostrar que é o mais valente entre todos e que ninguém o consegue travar no império dos assassinos como já é hoje considerado Angola sob gestão de JES.
Como se não bastassem serem quase todos eles cúmplices de assassinatos, de desvios de bens e dinheiros públicos com personalidade distorcida, com problemas e comportamentos graves anti-sociais aguentar mais assassinatos de braços cruzados não sei se é o melhor conselho nos tempos que correm.
ONDE AS DEMOLIÇÕES, A MISÉRIA E AS EXECUÇÕES FUNCIONAM EM PERFEITA SINTONIA
Eles matam como querem e já nem olham para a idade das suas vitimas, pois tal já se tornou numa espécie de (humor) diário num país que caminha galopante para os esgotos da civilização.
Alguns assassinos patenteados de generais só o pronunciar seus nomes já provoca em nós sentimentos como medo, angústia, vómitos, indiferença, culpa e revolta , pois a existência desta espécie rara assassina em Angola, não só perturba a nossa consciência como também nossos ideais em querermos construir um país justo.
Precisamos admitir infelizmente e definitivamente de que as demolições, a miséria e as execuções hoje já fazem parte da estratégia de governação do país elaborado por JES/MPLA, que só vai precisar sempre deste povo quando o momento o aconselhar a manipular o seu voto.
Não se conhece país nenhum neste mundo onde as demolições, execuções e a miséria caminharam em perfeita sintonia não só de braços dados como são parte importante de uma estratégia de governação e uma verdadeira fonte de lucros como em Angola.
Muito embora seja compreensível que esta corja de generais assassinos também qualquer dia vão morrer tal como nós, mas nada é terrivelmente doloroso do que o somarmos quase todos os dias mortes de crianças, jovens e mulheres do jeito como têm sido pelos homens fardados que deveriam ter uma missão muito especial na nossa sociedade que não fosse o de assaltar zungueiras, roubar seus dinheiros, o matar, mandar matar e deixar morrer.
Mais onde está a compaixão destes homens para com aquelas tantas famílias desalojadas, sem alimentos, sem saúde, que sangram lágrimas diariamente pela dor do miúdo que foi morto apenas e simplesmente por querer saber onde vai viver depois que sua casa foi demolida?
A TRAJETÓRIA E CONFISSÃO INÉDITA DE UM ASSASSINO APELIDADO TONY LATON - ( I )
Sempre que abro os meus arquivos raramente não encontro as mais bem detalhadas e perturbadoras histórias sobre o grande numero de assassinos que ate hoje ainda se sentem vaidosos e orgulhosos por estarem entre os mais cruéis e brutais que se tornaram famosos pela forma como executavam presos políticos nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.
Aqueles que pensam e creditam já terem sido mencionados todos os grandes assassinos que se destacaram naquele triste acontecimento está engano, pois a lista é bem grande e maior do que aquilo que se acredita e pensa já ter sido escrito alguma vez.
Sobre Tony Laton por exemplo quase nunca se escreveu nada mesmo apesar da sua violência pura e cruel e envolvimento na maioria dos assassinatos onde ele próprio escolhia as suas vitimas e quanto mais famosos fossem á sua apetência pelo sangue alheio aumentava.
Falar de Tony Laton é quase o mesmo como falar de Carlos Jorge curiosamente um outro mulato que esteve entre os maiores casos de assassinatos que nos deixam estarrecidos diante da brutalidade que se conhecem utilizados por ambos nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977.
Outros existem ou existiram pois não sei se todos ainda estão vivos ou não , mas esses dois quando comparados com outros que eliminaram ás suas vitimas á baioneta , machadadas e queimados vivos são o que se acredita terem maior numero de mortes à sua conta.
Tony Laton como é conhecido pois são poucos os que conhecem o seu verdadeiro nome chegou a ser considerado como um dos mais impiedosos e cruel assassino que Luanda já conheceu em especial o bairro do Tala Hady onde ele vivia pois ele era daqueles que levava quase todos e tudo que encontrava pela frente.
CONFISSÃO INÉDITA DE TONY LATON
Feita com grande serenidade, orgulho e vaidade sem nenhum sinal de arrependimento ou remorso em pleno ambiente de festa onde ele era uma espécie de convidado de honra se tornando na grande atração quando fez pronunciamentos que quase provocava a morte de uma das irmãs do Kiferro que acabou por cair desmaiada.
A Mana Luzia era assim como a tratávamos no bairro Sambizanga irmã mais velha de Kiferro que trabalhou no (bom) tempo colonial na famosa fábrica de bolachas Vilares e aos fins-de-semana sempre que podia ia assistir o nosso (trumuno) partida de futebol por detrás da casa do kiferro levando consigo um garrafão de água para que tivéssemos que beber de quando em vez e no intervalo do jogo (que saudades deste bom tempo).
Tony Laton, mal viu na festa a mana Luzia que sabia ser a irmã mais velha do Kiferro , aproximou-se dela e quando todos acreditavam que este talvez fosse se desculpar , exatamente no momento em que esta pegou num prato para servir algo para comer, Tony Laton aproximou-se ainda mais dela e lhe disse as seguintes palavras:
"Olha o teu irmão enterrei-o vivo e ao amigo dele, Jinguma, puxei-lhe a língua e cortei-a antes de enfiar-lhe seis tiros na cabeça."
Aí a mana Luzia deixou cair o prato no chão e caiu desmaiada criando um certo pânico dentro da festa e o Tony Laton, nem por isso disfarçado, começou ás gargalhadas, tão à vontade, porreirinho da vida, nas suas belas calmas. Foi daí que comecei mesmo a acreditar que somos realmente um povo especial que até isto aceitamos, desabafou uma amiga da família.
Habituado aqui na Alemanha a ver assassinos do tempo do nazismo até hoje, velhotes a maioria, já na casa dos 90 anos de idade, a serem julgados e condenados, faz -me espécie ver assassinos em Angola - uma grande parte com cargos no governo - recompensados pelos assassinatos praticados em nome e por ordens superiores.
Tão à vontade, porreiros da vida, sem remorsos, se orgulhando, patenteados, simulados como reservistas, mesmo quando meio mundo sabe que nunca deixaram de estar ativos até aos dias de hoje e raramente não serem escolhidos a dedo para outras matanças....
Aí a mana Luzia deixou cair o prato no chão e caiu desmaiada criando um certo pânico dentro da festa e o Tony Laton, nem por isso disfarçado, começou ás gargalhadas, tão à vontade, porreirinho da vida, nas suas belas calmas. Foi daí que comecei mesmo a acreditar que somos realmente um povo especial que até isto aceitamos, desabafou uma amiga da família.
Habituado aqui na Alemanha a ver assassinos do tempo do nazismo até hoje, velhotes a maioria, já na casa dos 90 anos de idade, a serem julgados e condenados, faz -me espécie ver assassinos em Angola - uma grande parte com cargos no governo - recompensados pelos assassinatos praticados em nome e por ordens superiores.
Tão à vontade, porreiros da vida, sem remorsos, se orgulhando, patenteados, simulados como reservistas, mesmo quando meio mundo sabe que nunca deixaram de estar ativos até aos dias de hoje e raramente não serem escolhidos a dedo para outras matanças....
HÁ ESQUEMAS COMPLICADOS NA POLÍCIA QUE NÃO PASSA PELA CABEÇA DO CIDADÃO ANGOLANO MAIS PACATO E HONESTO
Eu não me admiro em ver o corpo policial angolano no ranking como o mais corrupto e brutal da atualidade, e nem de ver os crimes praticados por policias aceites sigilosamente pelas chefias com grande naturalidade num permanente jogo sujo de se vender a ilusão de que são todos inocentes e santos cumprindo ordens de Deus e que quanto ao resto não passam de calúnias.
Somos uma sociedade corrupta e os policias são um produto desta mesma sociedade, onde entre os vários critérios seguidos para o seu recrutamento o ser-se honesto, sensível ao sofrimento do povo e estando permanentemente ao seu lado, não poder fazer parte das regras, dado ser contraditório aos princípios estabelecidos e estratégia de governação do país por José Eduardo dos Santos, sua família e outros.
Temos um corpo policial que se adapta perfeitamente à estratégia brutal de governação do país manipuladoo por JES, e ao carácter corrupto dos mais de 82% dos governantes atuais e homens que o rodeiam em permanente rotação num ritmo e numa velocidade acelerada, tal como praticam os escândalos que até hoje ninguém sabe ao certo a sua conta - num país onde o policia que não trambica está sujeito a não conseguir equilibrar o seu orçamento familiar, para sustentar condignamente a sua família.
Hoje fala-se com frequência de que há policias que se comportam como patrões dos outros policias, que roubam de um lado para levar para outro, que recebem os dinheiros e mercadorias das zungueiras numa zona e na outra zona estes mesmos roubos são divididos entre uns e outros de forma quase tão aberta que não deixa a mínima duvida de que os nossos policias quando comparados com outros ladrões chegam a ser mais descarados e sem terem vergonha na cara.
Não é por acaso que as pessoas quando apertadas em qualquer situação pela policia, o primeiro gesto que fazem é puxarem pela carteira para que de um minuto para o outro de culpados passem a inocente e livres de perigo, até se depararem com outro polícia na próxima esquina de braço estendido, esperando também pela sua sagrada gasosa.
Pois só assim se percebe as razões porque a maioria das queixas apresentadas pelas zungueiras acabam sempre arquivadas, quando não totalmente ignoradas num sinal claro de que o crime quando cometido por policias não só compensa como até dá lucros. E torna os policias mais famosos ganhando melhor reputação junto das chefias.
O comportamento dos nossos polícias é reflexo de toda a podridão e lixo que vem das chefias e eles acabam por ser apenas uma espécie de esgotos onde desagua todo aquele lixo acumulado desde há quase 40 anos.
Não é por acaso que hoje a missão de eliminar adversários políticos - que era exclusiva dos grupos de extermínio dos serviços secretos - foi confiada também aos policias, geralmente com duplas funções. (Umas vezes atuam como policias fardados, outras vezes à civil como operativos dos serviços secretos.
O "27 DE MAIO DE 1977" & O TERRÍVEL SENTIMENTO DE CULPA COM QUE VIVEM ALGUMAS MULHERES
Para se ter uma ideia melhor do papel de algumas mulheres nos acontecimentos do 27 de Maio de 1977 eu acho que devemos dividi-las em quarto partes pois elas se destacaram de forma diferente no mesmo acontecimento e em posições também opostas.
1) - As que com tanta valentia subiram por cima do blindado militar carregadas de munições e arma em punho rumaram para a cadeia de S. Paulo na tentativa de libertarem alguns jovens que já lá estavam feitos prisioneiros políticos dos serviços secretos de Agostinho Neto desde o dia 21 de Maio logo depois da celebre reunião ocorrida no campo da cidadela, que marcou o inicio de uma fase de grande turbulência política que culminou com os terríveis assassinatos.
Referencia aqui para a Nandi que mesmo grávida foi um espécie de comandante ao assalto á cadeia de S. Paulo e o kamba (mmmm), que como mecânico de unidade militar também furioso cobriu o seu corpo com um cinturão de munições para ajudar a soltar os amigos das masmorras da DISA.
2) - Aquelas que se destacaram como torturadoras depois que o regime retomou o controlo da situação mostrando todo o seu sadismo mesmo como mulheres e apetência pelo sangue alheio quando as ordens eram dadas para se torturar presos e presas.
Importa dizer aqui claramente, não para aconselhar vinganças, desforra ou outra atitude qualquer menos abonatória, que uma grande parte destas mulheres torturadoras de ontem ainda vivem - seus nomes são conhecidos - sem remorsos e sem nunca terem dado sinais de arrependimento.
3) Aquelas que sofrem até hoje carregadas de um terrível sentimento de culpa por terem sido elas que sem querer acabaram por descobrir ou seja dar pistas aos carrascos sobre o esconderijo dos seus maridos que acabaram mortos pouco depois de detidos.
Aqui, julgo importante dizer o seguinte: depois que se deu conta de que o regime tinha retomado o controlo da situação e que tinha começado a caça aos fraccionistas, muitos começaram a procurar locais onde acreditavam que seria possível esconderem-se por algum tempo.
Locais estes que geralmente apenas as suas esposas ou namoradas sabiam, pois o perigo e o risco era real, ao ponto que estes esconderijos passaram a ser considerados como uma espécie de lugar sagrado.
4) - As que foram fuziladas, algumas das quais antes violadas brutalmente nos interrogatórios por militares que quase formavam bichas, cada um esperando pela sua vez com a gula e pressa para satisfação das suas paranóias sexuais.
Quanto às terceiras, essas merecem uma atenção muito especial e reporto aqui desde já alguns depoimentos delas entre muita coisa que ainda existe para se escrever sobre essas mulheres.
A) "Mal chegaram em casa pontapearam a porta e as janelas na procura do meu marido (mmmm) não o encontraram levaram alguns socos na cara mesmo depois de lhes terem dito que não sabiam onde os maridos estavam.
Na verdade eles estavam escondidos em valas cobertas com lixo. Eu ia lá levar-lhes comida e água - sempre só ás noites - onde se aguentou alguns dias sem nunca ninguém ter dado conta. Uma ocasião fui lá de dia e um militar que me viu desconfiou e avisou a Disa. Prenderam, mataram, e até hoje vivo me sentindo como culpada pela sua morte”. Confessou-me a viúva de um kamba do bairro.
B) “A primeira vez quando entraram em casa reviraram quase tudo e não deram conta que ele estava escondido entre o teto e uma espécie de teto falso que a nossa casa tinha. Pela segunda vez quando entraram em casa encontraram a escada de madeira que eu tinha acabado de colocar para subir e lhe dar comida.
E ai foi o meu azar, deram conta dele, começaram a lhe surrar em casa, levaram-no e até hoje nunca mais soube dele”, concluiu a viúva de um comissário político das FAPLA meu amigo, homem de grande referencia numa família onde quatro irmãos foram todos mortos no mesmo acontecimento.
Para essas mulheres eu quero dizer o seguinte: Manas, não vivam estes anos todos continuando a sentirem-se culpadas pois vocês não o são. Levantem a cabeça, caminhem para frente e tratem dos vivos.
A vosso favor ou contra é natural que pessoas que passaram o que vocês passaram tenham momentos da vossa vida em se sintam apoderadas por este sentimento de culpa mesmo vocês não sendo culpadas.
As minhas fraternas saudações a essas mulheres que aceitaram contarem os seus dramas como grandes e verdadeiras kambas do peito.
Fórum Livre Opinião & Justiça - Fernando Vumby
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