A exposição "Amália: Saudades do
Brasil" é inaugurada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,
hoje pelas 15:30 locais, na sala Fernando Pessoa, no Consulado-Geral de
Portugal em São Paulo, no sudeste Brasil.
A mostra visa dar "a conhecer a
relação de Amália Rodrigues com o Brasil, a importância deste país na
construção da sua presença no mundo", segundo um comunicado da
organização.
Amália Rodrigues (1920-1999) deslocou-se
várias vezes ao Brasil, onde gravou discos pela primeira vez, e onde criou,
entre outros, o "Fado Xuxu" e "Ai Mouraria", ambos de
Amadeu do Vale e Frederico Valério, e gravou o seu primeiro poema, "Corria
atrás das cantigas", no Fado Mouraria.
A exposição "dá a conhecer a
relação de Amália Rodrigues com o Brasil, a importância deste país na
construção da sua presença no mundo e a influência que a artista teve e
continua a ter nas novas gerações de criadores, não só na área da música como também
nas artes visuais".
A mostra inclui cartazes, o fato da
estreia de Amália no Casino de Copacabana, em 1944, as partituras de "Ai
Mouraria", e ainda "inúmeros registos inéditos de som e imagem e
obras dos artistas contemporâneos Vik Muniz e Francesco Vezzolli inspiradas na
diva do fado", e estará patente em S. Paulo, até dia 26 de agosto.
No âmbito da exposição e numa parceria
entre as editoras Valentim de Carvalho e Biscoito Fino, iniciar-se-á a edição
da discografia de Amália Rodrigues no Brasil.
O título da exposição remete para uma
composição de Vinicius de Moraes, "Saudades do Brasil em Portugal",
composta para a voz de Amália, e que a gravou em dezembro de 1969, quando o
criador brasileiro visitou a fadista na sua casa em Lisboa, e ali se realizou
uma tertúlia, em que entre outros, participaram Natália Correia, David
Mourão-Ferreira e José Carlos Ary dos Santos.
"A mostra descreve a trajetória da
cantora desde a sua chegada ao Brasil em 1944, para a sua primeira digressão
internacional, ate´ aos seus últimos recitais nos anos 1990, passando pelos
primeiros discos de sempre, em 1945, pelo filme 'Vendaval maravilhoso' (1949),
de Leitão de Barros, sobre o poeta brasileiro Castro Alves, pelas suas inúmeras
atuações nas rádios e televisões brasileiras - material muito extenso que nunca
foi alvo de investigação -, ou ate´ pela participação numa telenovela da TV
Record em 1971, 'Os deuses estão mortos'".
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