Comportamento
O
tema tem motivado algumas reacções, uns construtivos, outros nem tanto pelo
conteúdo dos adjectivos usados. Compreendemos a delicadeza do assunto, contudo,
ao continuarmos com a sua reprodução não visamos promover a discriminação, a
pretensão apenas visa um melhor esclarecimento técnico-científico sobre a
homossexualidade.
Quem
tiver interesse em comentar pode fazê-lo. NR
Vejamos,
agora, outros critérios semelhantes: Casper cujas opiniões sobre vários
assuntos psicopatológicos, já conhecemos, embora entenda por homossexualidade,
propriamente, a pederastia, considerando-a como anomalia congénita, um sexo
feminino-masculino psíquico.
O
já citado Dr. Ulrichs vê os urningos como submetidos à chamada inclinação
urninga congénita que o Estado deve reconhecer para que se permita também o
matrimónio entre eles.
O
carácter congénito da homossexualidade é sustentado também por Chevalier, para
quem a actual diferenciação física e psíquica dos dois sexos é o resultado da
evolução, recapitulando este mesmo curso da filogenia também na evolução
individual, o que quer dizer, que o ser diferente passa também por esta mesma
evolução, de maneira que é da luta entre as energias de sexo masculino e de
sexo feminino que surge hoje o ser monosexual. Todavia, os restos da
sexualidade oprimida dão em resultado, em determinadas condições, a
homossexualidade.
Para
Tornowsky, o instinto sexual perverso pode desenvolver-se, nos descendentes,
devido a certas circunstâncias em que se encontravam os pais na ocasião da
geração, tais como doenças graves, tifo, pneumonia, astenia, grande anemia,
excitação de espírito, abusos sexuais, e ainda nele tem influência o clima.
Halban
e Rohleder pensam que o sentimento homossexual já existe no feto. O Prof. Hans
Gross diz que a homossexualidade, é sem dúvida, congénita, mas que está também
averiguado que, os jovens de desenvolvimento retardado, há naturezas indecisas,
que, devido a alguma poderosa influência externa, podem tornar-se ou
heterossexuais ou homossexuais.
Segundo
Meissner o uranismo é congénito e não adquirido. A homossexualidade, é uma
variedade normal de libido, visto como não é doença nem degeneração. Os invertidos
têm, como se sabe, criado obras culturais importantes. São inaptos para o
matrimónio e o seu sentimento sexual anormal é incurável.
Estas
teorias sobre o carácter congénito da homossexualidade, apoiam-se nas da
bissexualidade primitiva, teoria muito difundida entre os sexólogos alemães.
São
propriamente seus autores Lydstone e Krerman, na opinião dos quais, os seres
vivos eram, originariamente, todos bissexuais e nos quais durante o curso da
evolução, de imensa duração, se foi desenvolvendo a monossexualidade. Esta
ideia é completada pela de Haeckel, para quem a evolução dos diversos seres (a
ontologia) recapitula a evolução da raça. Virchow sustenta até a existência de
homens sem sexo (homines neutrius generis), que, para ele, tem ligação com a teoria
da bissexualidade, havendo também indivíduos cujo sexo não pode determinar-se.
O
Prof. Nacke, um dos defensores da teoria da bissexualidade na Alemanha, opina
que se admite, como consequência necessária da lógica, um elemento homossexual,
a par do heterossexual, precisamente pelo facto da constatação da constituição
bissexual do homem, reconhecida por muitos sábios.
A
homossexualidade, no seu modo de ver, só pode ser congénita. Em compensação,
outras autoridades da ciência, como é, por exemplo, o Dr. Ladame, consideram a
explicação que se dá da homossexualidade respectivamente pela bissexualidade e
pelo atavismo, como teorias fundadas em hipóteses, mais ou menos inverosímeis.
Havelocke
Ellis, que trata da inversão sexual, a que chama estética, atribui-a a uma
anomalia do sentimento sexual, consistindo para o afectado em desempenhar o
papel de sexo contrário ao seu, sem nunca revelar uma verdadeira inclinação
homossexual.
Dr.
Ladislau Thot
Condensado
do Livro Psicopatologia Criminal
(Continua
na próxima edição da Tribuna)
Condensado por J. Carlos
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