Há brincadeiras que nunca se esquecem. Que o diga o jovem Liu Dawei de 18 anos, que comprou 24 réplicas de armas de brincar, e que por causa disso terá que passar o resto da vida na prisão.
Segundo o SCMP, Liu Dawei foi detido em setembro do ano passado, em Quanzhou, na província de Fujian, quando atravessava a alfândega com 24 armas de imitação que tinha comorado em Taiwan.
Liu certamente estaria longe de imaginar que a polícia iria considerar 20 das 24 armas de brincar como sendo armas a sério, o que lhe valeu uma acusação de tráfego de armas e a pesada sentença.
O problema não está no entanto na polícia em si, mas sim na definição do que constitui uma “arma real” na China.
A lei chinesa determina que qualquer arma que dispare um objecto com uma energia de 1.8 j/cm2seja considerada uma arma a sério.
Basicamente, o equivalente a alguém atirar um feijão contra outra pessoa.
A energia cinética de uma arma, medida em joules por centímetro quadrado, é uma medida da potência com que a arma consegue disparar o seu projéctil.
Este valor é substancialmente mais baixo que o que o valor adoptado por outros países, e mesmo na China, até 2008 esse valor era de 16 j/cm2.
O mais absurdo ainda é que a sentença poderia ter sido a pena de morte, mas o juiz terá tido em consideração a juventude a ausência de antecedentes, tendo comutado a pena para “apenas” prisão perpétua.
O jovem Liu Dawei, que já recorreu da sentença, disse por seu turno que se prontificaria desde já a ser fuzilado com as armas que comprou - e que se morresse, seria a sua admissão de culpa.
ZAP / Os Velhotes dos Marretas
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