domingo, 18 de setembro de 2016

A cruz e a laicidade do Estado

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Em recente entrevista do Dr. Vera Jardim ao Diário de Noticias ,foi referida a possibilidade de eliminar das escolas publicas ,o mais simples de todos os símbolos da religião cristã : a cruz . 
Parece desconhecer-se que esse símbolo representa também uma sociedade e mesmo uma civilização que floresce há cerca de dois milénios. Aceita-se no entanto que um sistema politico que estabelece a laicidade do Estado ,queira eliminar todos os vestígios de qualquer subordinação ou simplesmente discreta benevolência com algum credo, mesmo quando ele é seguido e venerado por uma expressiva parte da população de Portugal . 
Nesta perspectiva, a pequena cruz pendurada na parede de uma sala de aula ,não tem sentido até porque poderá ofender a sensibilidade de um agnóstico ou a crença de um muçulmano .Mas este afã de respeitar intransigentemente o carácter laico do Estado ,deverá ser complementado por medidas mais enérgicas que levem a eliminar todos os sinais directamente relacionados com a religião cristã. 
Assim, como medida de aplicação imediata, o Chefe do Estado Maior da Armada ( CEMA) deverá ordenar a retirada da cruz de Cristo das opulentas velas do navio escola Sagres que tão brilhantemente tem representado Portugal em muitos mares por onde tem navegado. De igual forma e pelas mesmas razões, o Chefe do Estado Maior da FAP deverá mandar retirar com uns bons litros de aguarrás , a cruz de Cristo pintada nas asas de todos os aviões da nossa força aérea.
Mas estas medidas não chegarão para atestar sem sombra de duvida , o absoluto carácter de um Portugal laico . Haverá que ir mais longe. Terá sentido que um cidadão agnóstico procure o alivio dos seus males num hospital com um nome de tão profunda reminiscência cristã como, S. José S. João, Sta Maria, S. Bernardo, S. Francisco, Sto. André, Sto António e tantos outros espalhados por cidades portuguesas? Será portanto necessário proceder á substituição do nome de dezenas de hospitais, por respeito aos melhores princípios da laicidade do Estado . 
Estas medidas não se esgotam porém com as acções que se apontam. Há que ir mais longe alterando radicalmente o nome de dezenas de freguesias identificadas com um nome inscrito nos registos dos canonizados da Igreja: Sta. Luzia, Sta. Isabel, Sto António, Sto Estêvão, S. Mateus etc. Haverá que fazer uma profunda alteração da toponímia de muitas aldeias, vilas e cidades portuguesas, eliminando todos os sinais, símbolos e invocações das nossas razies cristãs .
 Será talvez oportuno inscrever no OGE para 2017, uma avantajada verba para realizar a revolução toponímica que venha a garantir assim a laicidade do Estado.Na óptica estreita dos governantes da nação ,isto será talvez mais importante do que promover o desenvolvimento económico do país e preservar as suas raizes culturais .

Setembro 2016
José Maria Sardinha

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