segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ÁFRICA NADA PODE ESPERAR DE CONSTRUTIVO A PARTIR DESTA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL NOS EUA!


Aqueles que julgam que os Estados Unidos são um modelo de democracia, esquecem-se das raízes do monstro capitalista e de suas conexões com algumas das doutrinas religiosas mais radicalmente conservadoras que poderiam desde logo sustentar o holocausto das populações autóctones e o esclavagismo.

Esquecem-se também do que foi o período de expansão durante a colonização da América do Norte e da ponte que, a partir desse período a aristocracia financeira mundial, gerada a partir daí, foi construindo em direção à tentativa de imposição duma hegemonia unipolar sem precedentes à escala global, o imperialismo de 1% sobre o resto da humanidade!

África tem sido dilacerada, década após década, pela opressão humana numa escala sem precedentes (sob os prismas antropológico, sociológico, psicológico, económico e por fim financeiro) e pela rapina de suas riquezas, pelo que é uma mentira continuada, nesses termos, que os conflitos, tensões e guerras no continente africanos se reduzam aos conceitos estritos de guerras civis!

As presentes conjunturas africanas, periféricas nos termos da globalização hegemónica unipolar, continuam a ser vulnerabilizadas, manipuladas e alvo de ingerências de todo o tipo, algo que vai continuar a animar os “lobbies” que sustentam os dois partidos alternantes no poder nos Estados Unidos, uma vez que os interesses integrados nesses “lobbies” (petróleo, armamento, minerais…) continuarão a ser determinantes nos seus relacionamentos com as mais frágeis nações do globo, aquelas que constituem a cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano nos relatórios anuais publicados pela ONU!...

 Próximo de África há conflitos em desenvolvimento no leste da Europa e no Médio Oriente que trazem também acrescidas repercussões continente adentro, aproveitando aliás um amplo neocolonialismo em curso abarcando a imensa região do Sahel da África do Oeste à Somália e em função da deliberada disseminação do terrorismo fundamentalista e wahabista, um aliado tácito disponível nos termos que sustentam as artificiosas contradições impostas ao continente-berço.

Mesmo os países da África Austral não estão ilesos das múltiplas contradições geradas num ambiente tão envenenado.

O que se passa em cada região, em cada país, por mais minúsculo que seja, tem hoje muito a ver com esse processo de múltiplos desequilíbrios e injustiças sociais, económicas e financeiras de fundo que se estendeu inexoravelmente, que também tem tanto que ver com cada ser humano até nos rincões mais obscuros da Terra”!

O Presidente Barack Hussein Obama, Nobel da Paz, vai deixar a Presidência com um testemunho de mais guerras, conflitos e tensões do que os que encontrou no início do seu primeiro mandato e um processo traumático que não pôs fim para a sociedade norte-americana (agora mais multicultural que nunca e num momento em que as retrógradas culturas anglo-saxónicas estão, sob o ponto de vista numérico do eleitorado, já em minoria)…

As alterações profundas da sociedade norte-americana, com um eleitorado maioritário proveniente de culturas latino-americanas e afrodescendentes, vai merecer mais opressão e repressão interna por parte dos instrumentos do poder de Federal ou Estadual, conforme aliás ao imaginário de programas que têm sido expressas nas campanhas que nos são dado a apreciar!

Face às razões de multipolaridade global, esses “lobbies” da aristocracia financeira mundial, responderão nos relacionamentos internacionais com um incremento de ações de carácter fundamentalista, neo nazi, ou neo fascista de tal ordem, que a IIIª guerra Mundial já em curso com a disseminação do terrorismo, pode elevar sua fasquia para uma confrontação muito mais intensa, desembocando numa via qualquer que conduza a um conflito nuclear!

O mapa da colocação de escudos de mísseis e outros armamentos de ordem geo estratégica por parte dos Estados Unidos a partir do seu relativo domínio nos oceanos e mares da Terra, visa não só sustentar o argumento da hegemonia unipolar renitente face aos que advogam a multipolaridade emergente, mas também manter como reféns os seus próprios aliados tornados vassalos, particularmente os europeus e o Japão, mesmo que as sociedades dos países sejam contra a guerra, contra a NATO, ou contra a ingerência continuada nos seus assuntos internos!

Os poderes fundamentalistas, pelo seu carácter de residual feudalismo, neo nazis, ou neo fascistas, são um risco maior para toda a humanidade e continuam a desrespeitar as regras mais elementares para com a Mãe Terra, ao ultrapassarem os limites da exploração dos recursos não renováveis e não recicláveis do planeta!

Qualquer um dos presidenciáveis nos Estados Unidos da América, vêm “animados” por esse tipo de estigmas que infestam a vida sócio-política norte-americana e isso é palpável nas suas próprias expressões públicas em época eleitoral que indiciam também não haver alterações de vulto no seu relacionamento com outras nações, estados e povos!

Em África, as tensões em torno dos acessos à água interior do continente, cada vez mais indispensável tendo em conta o aumento exponencial da população, fenómeno que obriga à diminuição per capita do espaço vital, estão intimamente associadas às disputas relativas à exploração das riquezas naturais, o que é manipulado pelas ingerências e manipulações externas de toda a ordem.

Angola que viveu o choque neoliberal, radicalizando as tensões humanas tendo como pano de fundo a exploração do petróleo e dos diamantes, para aprofundar a paz que foi possível num ambiente tão adverso a partir de 2002, está ainda longe de poder encontrar soluções para fazer frente a todos os impactos da terapia neoliberal que prevalece imposto ao seu ambiente humano, económico e financeiro, mas uma nova geoestratégia em relação à sua água interior, com um conjunto de ações programáticas progressistas no sentido de criar desenvolvimento sustentável, é um rumo certo que pode trilhar, conferindo um sentido amplo à diversificação que se pretende, nunca perdendo de vista os fatores antropológicos, históricos e sociais em jogo!

Esperemos que a emergência do multipolarismo permita mais capacidade ao povo angolano nessa luta que parte das trevas da opressão, da desigualdade e da injustiça histórica… está-se ainda muito longe dos resgates imensos que há a realizar em prol do povo angolano e de África e as administrações norte-americanas continuam em sua pérfida trilha fundamentalista, ainda que ela esteja a trazer profundos constrangimentos humanos na sua tão complexa quão diversificada sociedade e esteja a coberto da mentira continuada e do embuste propiciado pela cobertura mediática dominante!

Gravura na esquerda vertical: Escudo antimíssil, ou um mundo refém à força da hegemonia unipolar face à emergência multipolar.

A consultar: 
- Fascismo americano, as raízes de uma nação sob deus – http://paginaglobal.blogspot.com/2016/08/fascismo-americano-as-raizes-de-uma.html
- "La defensa antimisiles de EE.UU. en Corea del Sur puede abrir la caja de Pandora" –  https://actualidad.rt.com/actualidad/217124-china-antimisiles-eeuu-corea-pandora
- Projecto de Hillary, a raínha da guerra – http://www.odiario.info/projeto-de-hillary-a-rainha-da/

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