Milhares
de pessoas manifestaram-se na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo para
protestar contra o Presidente do Brasil, Michel Temer, e para pedir novas
eleições presidenciais.
O protesto, convocado pelo grupo Povo
Sem Medo, integrado por movimentos sociais, e pela Frente Brasil Popular,
composta por movimentos sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT),
reuniu 100 mil pessoas, na contabilidade dos organizadores.
A polícia de São Paulo não divulgou
ainda estatísticas.
Enquanto marchavam, os adeptos do
protesto gritavam contra o Presidente Michel Temer, recém empossado no Brasil,
de todas as formas possíveis.
Um grupo cantava a melodia do hino
nacional do Brasil usando no lugar da letra apenas a frase "Fora
Temer".
Ao contrário do que aconteceu nos outros
cinco atos organizados na semana passada em São Paulo, este contou com o apoio
maior e também com a presença de grupos diferentes, com pessoas carregando
bandeiras de organizações estudantis, de movimentos sociais, além de muitos
casais, grupos de amigos e famílias.
Outra mudança foi o pedido crescente por
novas eleições presidenciais, expresso por milhares que aos gritos diziam
"Diretas já", uma alusão à campanha que aconteceu no Brasil na década
de 1980, com mais força no final do período da ditadura militar, quando a
sociedade civil pediu a volta da democracia e do direito ao voto.
Hoje, porém, "Diretas já"
significa o pedido de uma consulta popular para saber se a população quer novas
eleições presidenciais, já que Dilma Rousseff, eleita em 2014, foi deposta pelo
Senado (câmara alta parlamentar), e uma parcela da sociedade não aceita Michel
Temer como substituto.
Gregório de Sousa, 18 anos, estudante,
disse à Lusa que aderiu ao ato porque discorda da destituição de Dilma
Rousseff.
"Foi um erro tirarem a Dilma
[Rousseff], uma Presidente eleita com 54 milhões de votos, isto para mim foi um
golpe não contra ela, nem contra o Partido dos Trabalhadores, mas contra toda a
sociedade brasileira", disse.
Sobre o apelo a novas eleições, afirmou
que ainda não se decidiu.
Já Beatriz Meneghesso, 18 anos,
estudante, declarou à Lusa é a favor da realização de novas eleições.
"Sou a favor de novas eleições, mas
confesso que tenho medo que a população coloque no poder um candidato
conservador. Não sou a favor do PT, mas o [Michel] Temer realmente não
dá", declarou.
Enquanto a reportagem da Lusa seguiu o
protesto não houve registo de violência nem da parte da polícia nem dos
manifestantes.
Ao longo deste domingo outros atos
contra o Presidente Michel Temer aconteceram nas cidades do Rio de Janeiro,
Salvador e Curitiba.
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