A Coreia do Sul confirmou que está a ser criada uma unidade especial para atacar a Coreia do Norte, através de bombardeamentos, se Pyongyang mostrar qualquer sinal de ataque nuclear.
O ministro da Defesa da Coreia do Sul, Han Min-koo, confirmou a veracidade da estratégia para eliminar o arqui-inimigo e revelou os detalhes do plano, denominado de “Castigo Massivo e Represália da Coreia do Norte”, durante uma reunião de legisladores do país, em Seul.
“Caso o inimigo continue a usar mísseis nucleares a fim de atingir os seus objetivos, o conceito (das forças especiais) será uma retaliação contra as áreas de liderança da Coreia do Norte”, afirmou.
“A Coreia do Sul tem uma ideia geral e pretende atingir as instalações do inimigo em áreas de grande importância, bem como eliminar a liderança do inimigo“, acrescentou o ministro.
O plano faz parte de uma estratégia tripla de defesa que inclui um sistema de defesa anti-mísseis e a “Cadeia de Destruição”, um programa de ataque militar criado em 2014.
“Vamos criar forças de ataque com mísseis de precisão e forças especiais de elite”, adiantou Leem Ho-Young, diretor-chefe do planeamento estratégico da Joint Chiefs of Seul.
De acordo com o Daily Mail, Han Min-Koo já alertou que é necessário que Seul tenha pelo menos meio milhão de soldados a tempo inteiro para que seja possível resistir a uma invasão norte-coreana, cujo exército tem mais de um milhão de homens.
Maioria dos sul-coreanos aprova criação de armamento nuclear
As ambições nucleares de Kim Jong-Un mantêm-se apesar das tentativas de dissuasão e sanções.
Na Coreia do Sul, cada vez mais vozes dizem que o único modo de enfrentar as ambições de Kim Jong-Un é igualando a capacidade nuclear.
Os sul-coreanos não têm armamento nuclear, mas vários deputados do partido governante Saenurijá pediram que o governo considere a opção de desenvolver seu próprio armamento nuclear – uma postura que tem vindo a ganhar força, embora ainda seja minoritária.
“Só as armas nucleares podem ser um modo de dissuasão eficaz contra armas nucleares”, disse Won Yoo-chul, do partido Saenuri, no poder.
Segundo uma pesquisa da Gallup Korea, 58% dos cidadãos mostraram-se favoráveis a que a Coreia do Sul se transforme num estado com armas nucleares para garantir uma defesa equilibrada contra o regime de Kim Jong-un, enquanto 34% expressou a sua oposição contra esta possibilidade.
De acordo com a sondagem, que conta com uma amostra de mais de mil pessoas de todo o país, o apoio às armas nucleares dos cidadãos com mais de 60 anos chega aos 75%, enquanto os jovens de 20 ou 30 anos se mostram menos favoráveis (39%).
Atualmente, a Coreia do Sul mantém um acordo militar com os Estados Unidos, que se comprometem a defender o seu aliado em caso de ataque e para isso usariam armas nucleares se a Coreia do Norte o fizer primeiro.
A Casa Branca reafirmou, na quarta-feira, através de um porta-voz, este compromisso de defesa e garantiu que ter armas nucleares não trará qualquer benefício à Coreia do Sul, além de violar o Tratado de Não-Proliferação.
BZR, ZAP / Lusa
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