quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Oh Lord! Trump ganhou (guia de leitura para o que foi e o que vai ser)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do público
09 DE NOVEMBRO DE 2016

Bom dia, 
Sim, é mesmo verdade. Donald Trump vai ser o novo presidente dos EUA. Ainda não sabemos se terá a maioria dos votos dos americanos, mas com a maioria dos mandatos, claramente com maioria republicana no Senado e no Congresso. A confirmação oficial chegou pouco depois das 7h00, a hora em que o mundo realmente mudou. Vamos a um guia rápido, para que possa escolher por onde começar a ler.
Outras notícias a reter
Pedro Dias entregou-se - e a história da rendição é muito, muito estranha. O homem mais procurado foi à procura de uma televisão, deu uma entrevista à RTP3 (garantindo que não fez nada, vangloriando-se de ter conseguido escapar da polícia e explicando como o fez, com detalhes do além). A advogada que o representa ligou ao director nacional da PJ, Almeida Rodrigues, acordando Almeida Rodrigues, que se encontra na Indonésia. A história, com detalhes, está contada aqui, contada pela Mariana Oliveira e Hugo Daniel Sousa.
Sobre este tema, vou apenas acrescentar-lhe isto: que a perícia psiquiátrica feita ao suspeito, há uns anos, aponta para sociopatia; e que a Mariana fez este excelente perfil do suspeito, falando com quem o conhece - "Entre o belo e o monstro: as duas faces do homem mais procurado de Portugal".
Num dia de loucos, foram detidos 20 skinheads, suspeitos de agressão e tentativa homicídio. Incluindo de um militante comunista, de negros, gays, muçulmanos e refugiados, segundo as últimas informações do JN e DNNeste texto explicamos as suspeitas e que grupo é este.
Ainda no plano da justiça, um ilibado: António Preto, o "homem da mala", foi dado com inocente 14 anos depois. A história do ex-líder do PSD-Lisboa já estava esquecida - e a notícia da sentença foi dada esta noite pelo PÚBLICO.
Se o mundo não estivesse louco...
Estaríamos a falar da Caixa, para explicar que o TC exigiu sempre declarações de gestores nomeados pelo Estado, em todas as sentenças sobre declarações de património desde 1992 (a Leonete Botelho esteve a ler todas e explica como Domingues não tem saída à vista). Já no plano político, o Correio da Manhã diz que o Governo está a tentar convencer Domingues a ceder, tal como Fernando Medina faz no mesmo jornal, umas páginas à frente.
Mas nem isso fecharia esta novela: é que o filme dos últimos meses deixa muitas contradições por explicar no Governo. E a culpa não é do mordomo - como perceberá pelo nosso Editorial de hoje. Para o Manuel Carvalho, esta é mesmo a história da crucificação de um ministro.

Centeno, esse, que anda por Bruxelas e ontem parecia Vítor Gaspar: não haverá nunca um pedido de reestruturação de dívida, garantiu ele. Parte boa: o ministro ganhou apoios para acabar com o processo de sanções. 
No plano político falaríamos de uma sondagem da Aximage, que explica como Rui Rio bate Passos, mas não Costa - na pergunta sobre quem seria melhor primeiro-ministro. 
Também estaríamos a comentar esta notícia: um terço das vítimas nas estradas consumiu álcool e 4,3% cannabis - dados oficiais, vindos das autópsias dos últimos quatro anos. Agora, os quatro desafios são estesE esta, sobre as falhas na integração de refugiados, a quem quase não se ensina o português.
Hoje acontece
O BCP deve abrir a porta aos chineses da Fosun, numa assembleia-geral que muito provavelmente aprovará as duas pré-condições que foram colocadas à cabeça.
A Comissão Europeia mostra as suas previsões para a economia europeia - que terão leitura directa para Portugal e o nosso Orçamento de 2017. À atenção de Centeno.
Acima de tudo isto, é importante manter-se atento ao efeito Trump: a reacção das bolsas e investidores, bancos centrais e líderes mundiais. Será apenas um sinal do que aí virá.

Só mais um minuto (about Trump)

... será que a internet nos está a tornar mais estúpidos? O comediante David Schneider esteve na Web Summit e tornou uma pergunta apetitosa numa constatação de tweets e posts: é tudo uma questão de perspectiva, diz ele. Será?
A verdade, acrescentou na Web Summit o actor que fez de Edward Snowden, "é que não é possível não estar online, nem sozinho". Assim sendo, vemos ter que perceber melhor quem está do outro lado.
Foi o que fizeram dois fotógrafos italianos: passaram o Verão a retratar e a entrevistar os votantes latinos de Donald Trump"Ladies and gentlemen, apresento-vos 'Los Trumpistas'", ironizam os fotógrafos. A verdade é que vamos ter que aprender a viver COM eles.
Sem outra solução para este novo mundo, digo-vos isto: rir é o melhor remédio. Aqui vai o link para o Inimigo Público, para lhe fazer companhia ao longo do dia. 
Quanto às notícias, nem preciso de lhe dizer: aqui estaremos, com a equipa toda pronta para lhe contar tudo sobre a eleição de Trump e as suas consequências. É a triste ironia da nossa profissão: dias fascinantes para o jornalismo, dias estranhos para o mundo.
Até já! (não esqueça o sorriso!) 
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