David Dinis, Director
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Viva! Hoje há novas da América. Vamos a isto:
O governador do Alabama demitiu-se por causa de um caso. Explicando melhor: por causa de um caso extraconjugal, que tentou ocultar usando meios do estado norte-americano.
Trump filho defendeu Trump, o pai. Numa entrevista ao britânico Telegraph, Eric Trump disse que a acção militar na Síria prova que o Presidente não está alinhado com a Rússia. E acrescentou que foi a sua irmã, Ivanka, quem influenciou o ataque.
A Coreia do Norte avisou a América: um porta-voz do Governo deixou claro que o país está pronto a "responder a qualquer acto de guerra", no momento em que navios americanos se aproximam da Península da Coreia. E alertou para"consequências catastróficas".
Um incêndio destruiu um campo de refugiados em França. Em Grande-Synthe sobraram apenas as cinzas, resultando dez feridos do incêndio que se seguiu a uma rixa (que levou à intervenção da polícia). O campo dava abrigo a cerca de 1500 pessoas.
As notícias do dia
Na nossa manchete está um artigo exclusivo da Comissária europeia da Concorrência. Eis o que nos diz Vestager: que o Governo nunca pediu uma nacionalização do Novo Banco, que Portugal não foi "cobaia" na banca; que Bruxelas ainda está à espera de um plano de reestruturação do Novo Banco; e que vê a banca portuguesa a estabilizar. O artigo está aqui (com legendas e contexto na versão impressa), acrescentando a Cristina Ferreira que o Novo Banco já prepara a troca de dívida, outro dos processos decisivos para a venda se concretizar. O Eco acrescenta uma dificuldade: os grandes credores do Novo Banco já avançaram para Tribunal.
O Governo está a preparar mais uma ajuda para a banca. Diz o Negóciosque as imparidades registadas vão baixar o IRC dos bancos.
As mexidas nas pensões já têm uma factura: o Programa Nacional de Reformas, que o Governo está a ultimar, soma dois mil milhões entre as várias medidas anunciadas. Falta saber em quantos anos. Uma ajuda: o esforço do Estado para financiar Segurança Social reduziu-se em 13,7%; um problema: a dívida pública encolheu a almofada da Segurança Social. No fim de tudo isto, é fazer as contas.
Outra medida a caminho: o fim do corte de 10% no subsídio vai abranger 136 mil desempregados, diz a Raquel Martins. Mas o PCP quer mais, nasreformas, nos salários e na contratação colectiva, acrescenta a Maria Lopes. E o Bloco acrescenta aos pedidos.
António Costa não larga Dijsselboem. Se o holandês criticou Lisboa por não ter pedido a sua demissão in loco, o português abre a porta a um espanhol para o substituir ("se estiver disponível", acrescenta Costa, numa entrevista ao El Pais). Ontem a São José Almeida explicava que o ministro espanhol já pensa num lugar na Comissão.
A pressão aumenta sobre Paulo Portas: o Ministério Público investiga um concurso da NATO, depois de o ex-ministro ser acusado de interferir no negócio por uma empresa que foi afastada do processo.
Outro negócio na Defesa: o Hospital Militar da Estrela já está posto para venda. Mas também aqui há uma conta nova para pagar: uma dívida de 6,4 milhões a 46 militares, por ordem do tribunal, conta o DN.
Uma novidade nas consultas médicas: o seu médico vai perguntar-lhe quantos minutos dedica à actividade física.
E um problema (que é já uma tradição): as queixas dos nossos consumidores são as que mais demoram a ser atendidas na UE.
Para ler e digerir
A França tornou-se um "triângulo das Bermudas", escreve o Jorge Almeida Fernandes, fazendo a fotografia do arranque da campanha das presidenciais. "Até agora, Macron e Fillon batiam-se para saber quem defrontaria Le Pen. Mas as sondagens revelam um imprevisível confronto a quatro, em que também entra Mélenchon". É esta a porta de entrada para o nosso destaque de hoje: uma louca corrida de “quatro favoritos” gera total incerteza em França. Para ficar com o retrato completo, é preciso passar também pelo comentário da Teresa de Sousa (“Para onde vá a França, vai a Europa”, diz ela, explicando como o nosso destino está preso pelo resultado destas eleições). E também pelo Editorial, onde tentei acrescentar outro ponto a um puzzle realmente complexo: "E depois das eleições, quem conseguirá governar a França?".
A mulher que aprendeu com os gregos que as coisas belas são difíceis. Maria Helena da Rocha Pereira (1925-2017) foi durante décadas o rosto dos Estudos Clássicos em Portugal. Deixa uma obra vastíssima e um exemplo de determinação e rigor. As suas traduções das grandes tragédias gregas são uma referência, assim como os trabalhos que fez à volta da literatura portuguesa. A Lucinda Canelas fez o texto do obituário que é lançado assim. E o António Guerreiro deixou-nos um comentário com um título certeiro: "Clássica, mas muito moderna".
A Europa, hoje, é uma "colónia digital" da América. Dependentes de software caro, e que é usado secretamente pelas agências de segurança de Washington para recolher informação sensível, os serviços públicos europeus estão "capturados". Mas podia haver "um projecto Airbus" para a independência tecnológica da Europa. Já há alguns exemplos, conta o Paulo Pena, nesta reportagem para o P2. Chegaria?
Hoje na agenda
- O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, inicia uma tensa visita à Rússia. Ou, como diz o Alexandre Martins: o ex-amigo americano regressa à Rússia depois de tentar torcer o braço a Putin.
- Chega às livrarias "Relatório de Combate", as memórias políticas de Alberto João Jardim.
- O Conselho das Finanças Públicas faz a análise detalhada das contas das Administrações Públicas.
- A Liga dos Campeões entra nos quartos-de-final, com dois jogos enormes esta noite: Dortmund-Mónaco e Juventus-Barcelona.
Só mais um minuto
Da série "notícias que parecem mentira" (mas infelizmente não são): a United Airlines expulsou um passageiro do avião, com bilhete pago, recorrendo à polícia - e desta forma. Foram precisas umas horas de censura nas redes para a companhia vir dizer isto.
Da série "notícias que preferíamos que fossem mentira" (mas também não são): a agência da polémica viagem de finalistas apresentou queixa contra o hotel espanhol. Bem, o melhor é ler a crónica do João André Costa no P3 - não sei se o adjectivo é "deliciosa" ou "preocupante", mas deixo a conclusão para si. Chama-se assim: "Mãe, uma viegem de finalistas inesqécivel!"
Da série "notícias que são mesmo verdade", (para nosso azar): antes da Páscoa, volta a chuva.
E da série "notícias que são verdadeiras" (e que nos fazem felizes): num ano marcado pelas notícias falsas, os Pulitzer premiaram a transparência do jornalismo.
É caso para dizer que é para isso que cá estamos. Para dizer a verdade. E para sermos felizes, todos.
Tenha um dia bom: produtivo e de sorriso rasgado. Nós vêmo-nos por aqui, já daqui a nada.
Até já!
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