Em 2015 morreram mais 3703 pessoas em Portugal do que em 2014. Doenças do aparelho circulatório continuam a ser a principal causa de morte, mas o cancro está a matar mais pessoas, assim como as doenças respiratórias e a diabetes.
As chamadas doenças do aparelho circulatório, como o acidente vascular cerebral e o enfarte agudo do miocárdio, continuam a ser as principais causas de morte em Portugal, somando 29,8% dos óbitos. No entanto, o cancro tem vindo a ganhar peso e já é responsável por 24,5% das mortes no país, com a particularidade de afectar pessoas mais novas do que o AVC ou o enfarte, indicam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicados nesta terça-feira.
De acordo com o documento Causas de Morte 2015, nesse ano morreram 108.922 pessoas em Portugal, o que representa um aumento de 3,5% em relação a 2014. “As mortes por doença representaram 95,5% do total de óbitos registados no país e as causas externas de lesão e envenenamento estiveram na origem de 4,5% dos óbitos”, adianta o INE.
No topo da lista das causas de morte surgem 32.443 óbitos relacionados com as doenças do aparelho circulatório, mais 0,5% do que em 2014. Os tumores malignos aparecem logo na segunda posição, com 26.647 mortes – o que significa que estas duas doenças juntas são responsáveis por mais de metade dos óbitos ocorridos em todo o país. No caso do cancro, o aumento em 2015 foi de 1,6%.
Cancro ataca mais jovens
O INE sublinha que, ainda que o cancro afecte menos pessoas do que as doenças do aparelho circulatório, “o seu impacto é muito superior em termos de anos potenciais de vida perdidos”, visto que afecta pessoas em idades mais jovens, com mais anos de vida pela frente. As contas apontam para que os tumores malignos sejam responsáveis pela perda de 111.820 anos potenciais de vida, um valor que equivale a mais do dobro do atingido pelas doenças como o enfarte ou o AVC.
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Concretamente sobre as doenças circulatórias, o INE avança que as mulheres representam 55,5% das mortes. A diferença é que, em média, os homens foram atingidos por estas doenças seis anos mais cedo, com uma média de 77,8 anos contra os 83,6 das mulheres. Há também mais distinções entre sexos: os AVC afectam sobretudo as mulheres, enquanto as chamadas doenças isquémicas do coração e o enfarte matam mais os homens. A boa notícia é que os óbitos atingem pessoas cada vez mais velhas, sendo mais raras as mortes prematuras (abaixo dos 70 anos).
O topo da tabela mantém-se semelhante aos anos anteriores. Mas há duas doenças com aumentos significativos: as mortes por doenças respiratórias (como pneumonia, doenças pulmonar obstrutiva crónica ou asma) tiveram um aumento de 10,7% de 2014 para 2015 e os óbitos por diabetes também tiveram um aumento de 3,1%. O INE refere também um total de 3267 mortes por perturbações mentais ou do comportamento, o que representa um aumento de 23,8% em relação a 2014. Em mais de 94% dos casos estas mortes dizem respeito a demências e afectaram pessoas acima dos 80 anos.
Fonte: Público
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