terça-feira, 6 de junho de 2017

Pressão sobre o líder das secretas// Pressão sobre Mexia// E o PS renegoceia a sua dívida


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Enquanto Dormia
 
David Dinis, Director
 
A polícia libertou sem acusação as 12 pessoas detidas na sequência do ataque de Londres - sem divulgar qualquer nome. Entretanto, ficámos a saber que dois dos atacantes tinham já sido identificados pela polícia - mas "sem sinais de que estivessem a preparar um ataque".
Trump perdeu o embaixador na Chinaque se demitiu em protesto contra a desistência do Acordo de Paris. O Presidente já tinha escolhido um sucessor, pelo que terá agora que acelerar a sua viagem.
Temer recebeu 82 perguntas da Polícia Federal, na sequência das denúncias sobre corrupção passiva e obstrução da Justiça. A polícia quer saber, por exemplo, as razões que o levaram a receber o empresário Joesley Batista, que o próprio Temer classificou de "conhecido falastrão".
Foi descoberto o planeta mais quente de sempre (e foi um português que o viu primeiro). Segundo conta a Teresa, está bem longe e é gigante.
A Apple mostrou as novidades que tem a caminho: um novo iMac Pro e uma Siri que aprendeu a traduzir e vários detalhes que nos chamaram a atenção. Como este: um novo modo de segurança – chamado “Não perturbar a conduzir” – que ignora as notificações e envia mensagens automáticas: “Estou a conduzir. Respondo quando chegar ao meu destino”.

As notícias do dia

Está tremida, a nomeação do novo líder das secretas. Depois de António Costa e Marcelo terem remetido o caso para a audição parlamentar, a Leonete descobriu que o Parlamento pediu ao MNE informações sobre o que se passou em Timor, no tempo da polémica reaberta. Reaberta e cada vez mais quente, acrescentaria eu: nas páginas do PÚBLICO, o embaixador jubilado Fernando Neves, ex-responsável pela missão em Timor, aponta o dedo a quem esteve no terreno:"Luciano Alvarez não diz a verdade"; enquanto o nosso Luciano Alvarez responde assim: "Mentiroso? Divulgue os telegramas de Jacarta e Díli para Portugal". Eu, director do jornal, escrevi o Editorial sobre o tema, para que fique claro o que é essencial no meio disto tudo: a verdade. E não é pelo que ficou para trás.
Na manchete de hoje, está a notícia de que o PS renegociou a sua dívida à banca: o plano, agora, é pagá-la em três legislaturas (12 anos), enquanto se reestrutura o resto das contas e do património do partido. A São José Almeida conta tudo em dois links (aqui e aqui).
A propósito de dívida (mas a de todos nós): ontem apareceu mais um relatório sobre como a pagar, preferindo evitar uma reestruturação. Conclusão? Há agora dois relatórios e uma convicção comum: a dívida é excessiva.
Pressão diferente, mas crescente, sobre a EDP. António Mexia fala daqui a nada sobre as suspeitas de corrupção de que é alvo. Na bolsa, a empresas caiu 2% (o que significa 500 milhões de euros). E os analistas apontam dois riscos para a empresa. E explica a Ana Brito: "A gestão de topo da EDP e EDP Renováveis está debaixo de uma nuvem de suspeitas, mas tem vários temas em agenda para gerir no curto prazo". São estes. E, no Parlamento, a esquerda aproveita para pôr mais pressão contra as "rendas excessivas" (que o Observador quantifica em 2,5 mil milhões em 10 anos). Sobre isto, que será o tema do dia,  o João Miguel Tavares tem uma convicção: "Sim, a EDP é a peça que falta para fechar o circuito dos malfadados anos socráticos".
Pressão também sobre o Montepioo PSD quer contas bem feitas, para saber se faz sentido a Santa Casa entrar no negócio (via Eco); e o Negócios faz contas a essa entrada, chegando a um número redondo: 140 milhões, que são 18% dos activos da Santa Casa.
Uma notícia saudável (desde que não falemos de contas): o consumo de refrigerantes caiu com a nova taxa sobre produtos com açúcar. E muito.
E um receio fundado: pais e directores temem que a descentralização roube autonomia das escolas.
Na Educação, uma irregularidade detectada: desta vez, é na agência que coordena o ensino profissional.

Para saber mais 

1. Voltamos a Londres? Começando por uma perguntaPodem os países apertar o controlo sobre a Internet? O João Pedro Pereira partiu do discurso de Theresa May, em resposta aos atentados, para nos deixar a pensar sobre o caminho que ela propõe.Seguimos para a reportagem, porque a Ana Fonseca Pereira andou horas pelas ruas, sempre a ouvir as mesmas palavras: “Não podemos viver com medo”. E depois para a análise: a ameaça terrorista engoliu tudo o mais na campanha britânica, explica a Ana. E há mais, claro que há: Felipe Pathé Duarte a escrever sobre a retórica terrorista; Jean-Claude Juncker sobre a segurança europeia; Paulo Rangel sobre a campanha britânica. E ainda uma imagem viral: “Keep calm and carry a pint” — resistir ao terrorismo de cerveja em punho.
2. Afinal, o que se passa com o Qatar? Assim mesmo, em cinco perguntas e respostas. Ou com mais contexto, explicando o Manuel Louro como sauditas e aliados árabes isolaram o Qatar com uma mensagem para Teerão. Ou ainda neste outro ângulo, mostrando os impactos no céu deste conflito que se reabriu no Golfo Pérsico. O importante é que perceba do que se está a falar, num caso que não vai ficar por aqui.
3. Venezuela: como se deixa uma vida para trás? Nos últimos meses, entre três a quatro mil luso-venezuelanos regressaram à Madeira. Fogem da insegurança, dos confrontos na rua e da falta de futuro de um país que já foi um Eldorado para muitos madeirenses. Mas já não é, conta o Márcio Berenguer, nesta reportagem.
4. Descobriram um circuito no cérebro para o amor monogâmico. Isso mesmo: o amor monogâmico. Acontece em algumas aves, como o mandarim, e em menos de 5% das espécies de mamíferos. Entre elas estão os seres humanos, os castores, as lontras, os lobos e os arganazes-do-campo. E paremos aqui: é que, devido a estes roedores, foi possível dar mais um passo em direcção à “fórmula” do amor monogâmico. A Teresa Serafim conta-nos os ingredientes. 

A agenda de hoje
  • António Mexia fala às 10h00, tentando sacudir a pressão sobre a empresa;
  • O ministro da Educação recebe os sindicatos, procurando evitar uma greve no dia dos exames nacionais;
  • O Parlamento ouve a candidata à fiscalização das secretas, Teresa Morais - uma dirigente do PSD que já esteve no cargo, mas que o PS agora não aceita;
  • Londres presta homenagem às vítimas do atentado de sábado, com um minuto de silêncio às 10h00;
  • O Supremo brasileiro analisa se Temer recebeu subornos eleitorais, uma decisão que pode ser decisiva para pôr fim ao actual Governo brasileiro;

Só mais um minuto...

... para lhe contar que Jane Birkin vem cantar Gainsbourg nos jardins da Gulbenkian (entre outras surpresas deliciosas, que dão vontade de acelerar o relógio).
... para lhe mostrar como se pode ilustrar o amor com... bom humor - num dos nossos textos mais partilhados de ontem.
... e para lhe contar o sucesso que os vinhos portugueses estão a fazer no Brasil, na conferência que o PÚBLICO e o Globo estão a promover no Rio e em São Paulo.
(E num instante passei pela música, pelo amor e por um copo de vinho. Nada mal, para começar o dia)
Vamos a isto? Tenha um dia produtivo - e, já agora, bem feliz.
Até já!

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