André Gustavo e o irmão, ambos presos hoje, eram quem negociava as 'luvas' pedidas à construtora Odebrecht pelo ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, Aldemir Bendine, que também foi detido.Tanto o especialista em marketing político como Bendine preparavam-se para viajar para Lisboa antes de serem detidos. Os três detidos ficam em prisão preventiva, pelo menos cinco dias.
O publicitário brasileiro responsável pelas últimas campanhas eleitorais de Passos Coelho – 2011 e 2015 – e que mantém uma avença do PSD, André Gustavo, foi hoje preso no Recife.
A detenção do especialista em marketing político aconteceu no âmbito da operação Lava Jato, três meses depois de o presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, ter denunciado aos investigadores brasileiros que seria o publicitário do PSD quem negociava ‘luvas’, a pedido do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras.
Hoje, André Gustavo foi detido no Aeroporto Internacional Gilberto Freyer, no Recife, onde se preparava para embarcar num voo para Brasília.
A Polícia Federal brasileira prendeu ainda o irmão do especialista de marketing, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior que é sócio de André Gustavo na empresa de publicidade Arcos.
Os dois irmãos são suspeitos de serem intermediários financeiros de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras, que também foi preso hoje. Terão sido os publicitários a negociar as luvas durante uma conversa com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando da Cunha Santos Reis.
Em causa estarão pagamentos ilegais pedidos à Odebrecht pelo ex-presidente do Banco do Brasil na ordem dos 17 milhões de reais (quase 1% do total da dívida) para agilizar o processo de renegociação da dívida contraída pela construtora naquele banco, que ascendia a 1,7 mil milhões de reais. Bendine recebeu ainda mais três milhões de reais (816,3 mil euros) para agilizar negócios entre a empreiteira e a Petrobras.
A detenção decorreu depois de o Ministério Público Federal ter tido acesso a escutas onde havia indícios de que Aldemir Bendine se preparava para viajar para Portugal sem bilhete de regresso ao Brasil. O procurador brasileiro Athayde Ribeiro Costa lembrou que o ex-presidente do Banco do Brasil tem nacionalidade italiana, o que lhe iria permanecer em espaço europeu.
Também André Gustavo Vieira pretendia embarcar para Lisboa ainda hoje.
Para já, os detidos vão ficar em prisão temporária, pelo menos durante cinco dias, podendo ser prorrogada ou mesmo vir a ser alterada para prisão preventiva, sem prazo para sair da prisão.
Estas detenções decorreram na 42.ª fase da operação Lava Jato, batizada de "Cobra" e resultam das "delações premiadas" (quando alguém fornece informações às autoridades para ter benefícios, nomeadamente na pena de prisão) feitas por Marcelo Odebrecht e Fernando Reis a construtora Odebrecht em negócios com a Petrobras.
Fonte: Sol
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