O turismo e o ambiente são os dois grandes motores do desenvolvimento económico do concelho de Vila do Bispo e é neles que mais se deve apostar.
Essa ideia foi defendida por Carlos Medeiros, responsável pela IPI Consulting Network, a empresa que tem a responsabilidade de elaborar a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável para o Município.
O primeiro passo público para o efeito foi dado na Sexta-feira, 28 de Julho, no decorrer de uma apresentação pública que decorreu no Auditório do Centro Cultural, com a presença de várias dezenas de pessoas, a maior parte das quais ligadas a empresas com actividade no concelho.
Esta estratégia vão ser consubstanciada em diversos documentos, que se prevê estarem concluídos até ao final do corrente ano, dois dos quais direccionados, exactamente, para o turismo e o ambiente, áreas que, neste concelho estão intimamente ligadas.
Desde logo, porque, como se sabe, existem muitas regras de preservação da natureza que limitam o que, a nível turístico, se pode fazer no concelho. Por exemplo, ao longo desta sessão falou-se muito das necessidades e exigências do turismo de gama muito alta, mas chegou-se à conclusão que, pelo menos para alguma desta clientela, o concelho – exactamente por restrições ambientais – não parece ter grandes condições para ser um player de razoáveis dimensões. É que muitos destes turistas exigem heliportos e empreendimentos de alta qualidade e grande dimensão, com campos de golfe, o que não muito viável em Vila do Bispo.
Mas, em contrapartida, as condições naturais são um grande chamariz, o que permite o desenvolvimento de uma série de actividades de cariz turístico (essencialmente ligados à observação de aves, à natureza, aos desportos de mar e às caminhadas, entre outros) que têm vindo a ser dinamizadas, permitindo ao concelho esbater o problema da sazonalidade e que ainda têm potencial para crescer muito mais.
Um outro aspecto muito referido é que o concelho não pode embarcar no turismo de massas e de baixo custo, uma vez que não tem dimensão para isso. Ao contrário do que se passa em outros destinos algarvios, fazer férias em Vila do Bispo e Sagres é relativamente dispendioso e a ideia de autarcas, empresários e técnicos que vão elaborar esta estratégia é que esta característica se mantenha. Por um lado, porque, assim, a rentabilidade das empresas é maior e, por outro, porque se evita a massificação que, a longo prazo, podia vir a ‘matar’ a galinha dos ovos de ouro.
Fonte: O Algarve
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