É uma das conclusões do relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, requerido pelo primeiro-ministro. O presidente, Miguel Miranda, admite que foi um trabalho feito com "enorme pressão".
"O que mostramos agora de uma forma, que julgo exaustiva, é que do ponto de vista da nossa rede, mesmo depois de termos pedido até apoio a colegas de redes internacionais, não existe evidência meteorológica dessa deflagração por descarga elétrica".
Miguel Miranda, presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, explica assim, em declarações à TSF, que a rede não confirma que um raio esteja na origem do fogo em Pedrógão Grande, que deflagrou no passado dia 17 de junho.
No entanto, ressalva o presidente do IPMA, "não quer dizer que não tenha existido, porque existem fenómenos menos vulgares que podem dar origem a situações de descargas elétricas atmosféricas que não são apanhadas pela rede".
Questionado sobre o grau de fiabilidade dos dados agora apresentados, Miguel Miranda diz que a rede do IPMA te, "como probabilidade aferida cerca de 95 por cento".
Perante os resultados obtidos, Miguel Miranda afirma que "em relação às questões que nos foram colocadas, já temos as respostas todas capazes de obter. Em relação à qualidade do nosso trabalho, ainda é cedo para tirarmos lições completas daquilo que poderíamos fazer melhor".
Nas declarações à TSF, o presidente do IPMA admite que o documento "pode contar pequenas incorreções. Foi tudo feito com enorme pressão", justificando que "era nosso dever apresentar os dados o mais rapidamente possível. Até porque há outros peritos que precisam deles para trabalhar".
Na próxima quarta-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera vai dar uma conferência de imprensa para tirar todas dúvidas sobre este relatório extenso.
Poucos dias depois do incêndio em Pedrógão Grande, António Costa assinou um despacho onde o primeiro-ministro questiona diretamente os responsáveis máximos da GNR, Proteção Civil e Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sobre a atuação perante a catástrofe do fogo que deflagrou no sábado, em Pedrógão Grande.
Para António Costa existiam três questões por esclarecer: se existiram circunstâncias meteorológicas invulgares, se a rede de comunicações do SIRESP falhou e se foram tomadas medidas de segurança para acautelar a circulação na Estrada Nacional EN 236-I, que ficou conhecida como "estrada da morte", depois de nela terem morrido 47 pessoas que fugiam do incêndio.
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