LITORAL CENTRO - COMUNICAÇÃO E IMAGEM : 360º - Aterrar na praia ou num mar de gente, que opções tinha o piloto da tragédia da Caparica? E uma descoberta sem precedentes da ciência

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

360º - Aterrar na praia ou num mar de gente, que opções tinha o piloto da tragédia da Caparica? E uma descoberta sem precedentes da ciência

Enquanto dormia...

... às 00h16 de Lisboa, Michel Temer conseguia os 172 votos necessários na câmara baixa do senado para se manter na presidência do Brasil até ao fim de 2018. No fim das contas, e de 12 horas de um debate cheio de peripécias, Temer foi salvo por 36 deputados do julgamento por corrupção que o obrigariam a deixar 0 poder por 18 meses. A acusação fica agora parada até deixar o cargo: ele fala em vitória do Estado democrático, mas muitos brasileiros protestaram nas ruas.

A tragédia com a avioneta que aterrou de emergência na praia de S. João da Caparica, matando dois banhistas, um deles uma criança de 8 anos, continua a marcar a atualidade nacional.

"Podíamos ter sido nós. Porquê uma criança e não nós", é uma das frases que resume o horror, a incredulidade e a revolta de quem estava na praia, que nem viu ou ouviu o Cessna aproximar-se, como conta a reportagem da Cátia Bruno e mostram as fotos do João Porfírio.
Mas por que decidiu o piloto-professor aterrar no mar de gente do areal e não amarar no mar?, foi a pergunta que mais de colocou depois da tragédia. À Carolina Branco e ao Pedro Rainho, vários especialistas dizem que a maioria dos pilotos faria a mesma opção e explicam porquê.
O áudio das comunicações com a torre de controlo não deixa bem claro o que se passou naqueles minutos fatais: "Mayday, falha do motor, vai aterrar na praia", é apenas o que se ouve.
Na praia houve um herói desportista que evitou mais vítimas: o basquetebolista do Benfica Nicolas dos Santos.
O caso está em toda a imprensa internacional: "Mortos enquanto se bronzeavam" é um dos títulos.
O vídeo que resume a tragédia está aqui.

Outra informação importante

É a notícia do ano na ciência. Será um dos grandes marcos da história científica. Pela primeira vez, uma equipa de cientistas dos EUA, Coreia do Sul e China conseguiu apagar do DNA de embriões humanos os genes de uma doença hereditária. Está aberta a porta para o tratamento de vários cancros e de mais de 10 mil outras doenças. E sabe tão bem, no meio de tragédias, do caos e muitas politiquices, dar destaque a uma notícia assim.

Mas pronto, vamos lá ao resto:

Das notícias da manhã, destaque para os mais de 200 mil contribuintes que vão pagar adicional de IMI já no próximo mês. Segundo as contas do DN, serão 16 mil particulares, 56 mil empresas e 137 mil "verbetes", com imóveis de valor superior a 600 mil euros, a dar mais de 130 milhões de receita às Finanças.

Na polémica das matrículas, há pelo menos um agrupamento de escolas que pode seleccionar os alunos em função das notas: segundo o Público, o desempenho é um dos critérios para a escolha pelo regulamento interno do Agrupamento de Escolas de Benfica.

Já na Saúde, o JN dá conta de uma ilegalidade em dois hospitais. O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra e o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa estão a impedir os familiares de entrar com os doentes.

Portugal, tal como a UE, não reconhece a Assembleia Constituinte da Venezuela. Mas não diz se é a favor de sanções. Entre os partidos portugueses, só os comunistas aceitam o "ato democrático" de Nicolás Maduro. A Rita Dinis foi ouvir o que disseram PCP, Bloco, PS, PSD, CDS e Marcelo e como Portugal olha para a Venezuela. Ontem soube-se também que houve pelo menos um milhão de votos manipulados na eleição de domingo.

Do processo dos comandos vem uma história recambolesca contada pelo Pedro Rainho. O advogado de dois militares acusados pelas mortes no curso fatal acusa a procuradora do processo, Cândida Vilar, de não estar "mentalmente sã" e precisar de ser observada “com urgência, por uma junta médica de psiquiatras e psicólogos".

São 28 as perguntas que a Liga dos Bombeiros quer ver respondidas sobre os incêndios de Pedrógão Grande. A lista, a que chamou "Ajudem-nos a entender porquê", foi enviada ao Presidente da República, governo, grupos parlamentares, Comissão Independente e Universidade de Coimbra.

Uma velha ideia volta à atualidade pela mão do PCP. Os comunistas defendem a fusão da PSP e da GNR numa única polícia civil.

No Huaweigate denunciado pelo Observador, a empresa de tecnologia chinesa pronunciou-se finalmente sobre o caso. Emitiu um comunicado a mostrar a sua disponibilidade para dar todos os "esclarecimentos" sobre as viagens à China pagas a políticos do PSD.

Dos EUA vem a confirmação de Trump de que vão ser impostas sanções à Rússia pela interferência de Moscovo na campanha presidencial. O presidente americano propôs também uma nova lei que vai reduzir para metade o número de imigrantes nos EUA em 10 anos: dará prioridade aos mais qualificados e que falem inglês. E demitiu mais um membro da equipa: o conselheiro de segurança Ezra Cohen-Watnick é a última (vão 17!) baixa na Casa Branca.

E vem também um recorde do índice Dow Jones: pela primeira vez na história fechou acima do valor simbólico dos 22 mil pontos.

Será hoje, será hoje? A maior transferência de sempre no futebol está presa por detalhes. O negócio Neymar-PSG foi ontem finalizado na cidade do Porto, onde o jogador fez exames médicos. Nas despedidas do Barcelona, houve um "Te quiero mucho" sentido de Messi.

Ainda no bloco do futebol, o Sporting começa bem na Liga dos Campeões: os leões vão ser cabeças-de-série no sorteio da pré-eliminatória marcado para esta sexta-feira: a ideia é escapar a Balotelli, Wagner e Adebayor; já o FC Porto despediu-se com duas vitórias no mesmo dia nos últimos jogos de preparação antes do arranque da Liga e com um goleador em destaque: Soares.

Os nossos especiais

Depois do escândalos dos abusos sexuais no coro da catedral de Regensburg, dirigido pelo irmão do Papa emérito Bento XVI, o José Carlos Fernandes recorda outros casos de Anjos e Demónios: o mundo dos coros de rapazes que esconde algumas histórias sinistras.

A nossa opinião

Helena Garrido escreve sobre a dívida: "O endividamento está a regressar. É preciso lembrar os erros cometidos na primeira década do século XXI, pois a festa está boa. A dívida não desaparece. Com ela que os países caem nas mãos dos credores".
Paulo Tunhas escreve sobre as patologias da sociedade: "Nem a liberdade individual se defina por oposição ao Estado, nem o Estado supõe a anulação desta. Mas os projectos políticos tendem a encaminhar-se para os extremos, conduzindo a situações patológicas".

Notícias surpreendentes

“Baby Driver -- Alta Velocidade”, é a estreia do cinema a que Eurico de Barros dá destaque. Um "pastiche" muito pop e "cool" dos velhos "filmes de assaltos", que lhe merece apenas duas estrelas. Mas há outras três opções.

A história do crime do gato Mr. No Ears é no mínimo peculiar. E já deu um livro que conta a história do bichano que era o "Rei Leão de Albufeira", acabou roubado e usado numa fraude.

65 anos depois da sua estreia em funções reais, opríncipe Philip de Inglaterra teve ontem o seu último ato oficial. Fica este vídeo das suas famosas gafes em 22.219 eventos.

Ainda no Reino Unido, uma das notícias mais comentadas de ontem foi a da criança de 10 anos, com síndrome de Asperger, que descobriu um erro na catalogação dos dinossauros no Museu de História Natural de Londres.

A acabar, as fotos do costume. Primeiro aquela em que Georgina Rodriguez, a namorada de Ronaldo, posa para a revista Hola! sem deixar margens para dúvidas: está mesmo grávida. E depois as que venceram o concurso de fotos de viagem da National Geographic: a melhor do ano é absolutamente bela.

Uma boa foto a fechar e uma notícia magnífica para a ciência ajudam a minimizar os efeitos de algumas histórias terríveis. De tudo isto se faz o Observador. Passe por cá para se manter sempre atualizado

Uma quinta-feira feliz e produtiva (ou de boas férias)