Entre 1969 e 1970, o guerrilheiro fez treinamento em grutas que hoje ficam dentro do Parque Estadual Rio Turvo; Em nota, Salles chamou-o de 'desertor e responsável pela morte de inúmeras pessoas'
Fabio Leite, O Estado de S.Paulo
10 Agosto 2017 | 21h00
O secretário paulista do Meio Ambiente, Ricardo Salles Foto: Pedro Calado/SMA/Divulgação |
Um dos fundadores do Movimento Endireita Brasil, o secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles, determinou a retirada do busto do guerrilheiro de esquerda Carlos Lamarca (1937-1971) do Parque Estadual do Rio Turvo, inaugurado em 2008 em Cajati, município do Vale do Ribeira, a 240 km da capital paulista.
Ex-capitão do Exército Brasileiro, Lamarca liderou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização de luta armada que combateu a ditadura militar (1964-1985). Ele foi condenado pelo Superior Tribunal Militar como desertor e caçado pelo regime. Comandou assaltos a bancos e o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher no Rio, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.
Entre 1969 e 1970, Lamarca e outros 16 guerrilheiros fizeram treinamento de guerrilha em grutas no meio da Mata Atlântica, no Sítio Capelinha, onde hoje fica o parque. Segundo o site da Secretaria do Meio Ambiente, a passagem do guerrilheiro pelo local é um "grande atrativo histórico" do parque. Não para o atual titular da pasta, que determinou a retirada do busto em visita ao parque, na última terça-feira, 8.
"Narrar fatos é uma coisa. Erguer bustos com dinheiro público e em parque público é bem diferente. Carlos Lamarca foi um guerrilheiro, desertor e responsável pela morte de inúmeras pessoas. A presença desse busto no local inadmissível", justificou Salles, por meio de nota enviada ao Estado.
Advogado filiado ao PP, Salles foi secretário particular do governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2013 e 2014. No ano passado, foi nomeado pelo tucano secretário do Meio Ambiente do Estado. Ele e seu secretário-adjunto, Antonio Velloso Carneiro, fundaram em 2006 o Movimento Endireita Brasil, que prega o Estado mínimo.
Salles é alvo de uma ação de improbidade movida neste ano pelo Ministério Público Estadual (MPE) acusado de ter beneficiado indústrias na elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzes do Tietê. Ele nega as irregularidades.
Um dos fundadores do Movimento Endireita Brasil, o secretário estadual do Meio Ambiente, Ricardo Salles, determinou a retirada do busto do guerrilheiro de extrema-esquerda Carlos Lamarca (1937-1971) do Parque Estadual do Rio Turvo, inaugurado em 2008 em Cajati, município do Vale do Ribeira, a 240 km da capital paulista.
Ex-capitão do Exército Brasileiro, Lamarca liderou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização de luta armada que combateu a ditadura militar (1964-1985). Ele foi condenado pelo Superior Tribunal Militar como desertor e caçado pelo regime. Comandou assaltos a bancos e o sequestro do embaixador suíço Giovanni Bucher no Rio, em 1970, em troca da libertação de 70 presos políticos.
Entre 1969 e 1970, Lamarca e outros 16 guerrilheiros fizeram treinamento de guerrilha em grutas no meio da Mata Atlântica, no Sítio Capelinha, onde hoje fica o parque. Segundo o site da Secretaria do Meio Ambiente, a passagem do guerrilheiro pelo local é um "grande atrativo histórico" do parque. Não para o atual titular da pasta, que determinou a retirada do busto em visita ao parque, na última terça-feira, 8.
"Narrar fatos é uma coisa. Erguer bustos com dinheiro público e em parque público é bem diferente. Carlos Lamarca foi um guerrilheiro, desertor e responsável pela morte de inúmeras pessoas. A presença desse busto no local inadmissível", justificou Salles, por meio de nota enviada ao Estado.
Advogado filiado ao PP, Salles foi secretário particular do governador Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2013 e 2014. No ano passado, foi nomeado pelo tucano secretário do Meio Ambiente do Estado. Ele e seu secretário-adjunto, Antonio Velloso Carneiro, fundaram em 2006 o Movimento Endireita Brasil, que prega o Estado mínimo.
Salles é alvo de uma ação de improbidade movida neste ano pelo Ministério Público Estadual (MPE) acusado de ter beneficiado indústrias na elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) Várzes do Tietê. Ele nega as irregularidades.
Fonte: ESTADÃO/BRASIL
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