sábado, 12 de agosto de 2017

Budismo e Política

Buddhist monks who are supporters of the CNRP react as party leader Sam Rainsy announces the result of a meeting with Cambodian PM Hun Sen in Phnom Penh
Normalmente as pessoas perguntam qual é a posição do Budismo e dos budistas com relação a política, em virtude de um imaginário popular, que as pessoas têm com relação a uma postura calma e tranquila dos seguidores budistas sobre este assunto.
Todos sabem o que é a política. É a arte de conduzir os povos rumo as realizações mais elevadas, como nos falavam os sábios e como nos mostravam os sábios de antigamente e como nos mostram as arquiteturas sagradas das pirâmides (egípcias e mesoamericanas) e zigurates. Pois o objectivo é propiciar o impulso necessário para a realização do ser humano na sua iluminação e na promoção do bem e da justiça.
O Budismo não tem pretensões políticas, mais precisamente, político-partidária, pois o objectivo é estar acima da política, ou seja, ser supra política, orientando os homens com os seus ensinamentos, baseados na Lei de Causa e Efeito, a um direcionamento nas ações correctas.
O posicionamento do Budismo frente a política é de apoio ao melhor, ou seja, ao mais sábio e virtuoso que irá governar os recursos e a sociedade, como nos dizia Platão, na sua obra a “República”. Desta forma o Budismo apoia a verdadeira aristocracia. Pois são os homens virtuosos que possuem a condição e potencialidade para conduzir os povos.
Contudo, na ausência de homens virtuosos e sábios o Budismo retira o apoio e se abstêm da política em virtude da postura contrária aos corruptos e imorais, que ansiosos por controlar a sociedade e famintos pelo poder trazem mazelas terríveis para a sociedade. E as tradições budistas não são coniventes com esta conjuntura.
Uma das questões que o budismo aborda com relação a política é a sua actuação dentro do processo civilizatório, pois o Dharma é o caminho para a realização dos homens na sua elevação espiritual. Mesmo com a sua retirada na política em virtude do desencaminhar ocorrido, os budistas compreendem e respeitam a necessidade da política para os homens comuns, mas com a conjuntura decadente e oclocrática ocorre uma oposição aos regimes corruptos.
Os ensinamentos do Buda mostram-nos que são as ilusões e os desejos que movem os homens para as realizações, porém o apego as ilusões é que distorcem os caminhos e levam as sociedades a decadência. O Buda adverte-nos:”Percebam que este mundo é impermanente, que as nações são inseguras e instáveis…”. Principalmente nos momentos de decadência gerada pelas paixões e ilusões, que nos desviam dos caminhos correctos e seguros para as missões que temos na vida.
Autor: Professor Roberto Bastos

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