Mais seis dos maiores grupos bancários mundiais juntaram-se à equipa da UBS que está a preparar uma moeda eletrónica.
O projeto lançado pelo banco suíço UBS no ano passado para a criação de uma nova moeda digital atraiu recentemente mais seis grandes grupos bancários de alcance global, destacando-se o Barclays, o Crédit Suisse ou o HSBC entre os novos participantes. Já antes também o Santander ou o Deutsche Bank tinham aderido ao projeto.
A ideia do UBS passa pelo lançamento, tudo indica no final do próximo ano, de uma nova forma de liquidação de transações financeiras por via digital, através da tecnologia blockchain, originalmente desenvolvida para sustentar a bitcoin, a primeira moeda digital descentralizada e que não exige intermediários financeiros como bancos, por exemplo.
O UBS pretende seguir as pisadas desta moeda digital criando uma criptomoeda comum a vários bancos, devidamente coordenada com os supervisores bancários, que permitirá acelerar ainda mais a velocidade das transações entre os diversos agentes do setor financeiro. Os reembolsos ou investimentos em obrigações ou ações por parte destas entidades deixarão de precisar de ficar a aguardar pelas tradicionais autorizações ou transferências de verbas de um banco para o outro e serão concluídas quase no imediato.
A moeda, que será facilmente convertível em qualquer moeda física, será contabilisticamente registada no blockchain, que através da tecnologia ledger – espécie de registo contabilístico de entradas e saídas – permitirá de forma quase instantânea fazer as necessárias verificações e acertos entre instituições.
Segundo Hyder Jaffrey, chefe da unidade de investimento estratégico e de inovação em fintech do UBS, esta nova criptomoeda deverá ver a luz do dia no final do próximo ano, ainda que de forma limitada. “Temos estado em conversações com bancos centrais e reguladores e continuaremos em discussão nos próximos 12 meses, com o objetivo de um lançamento limitado no final de 2018”, explicou, citado pelo Financial Times. “Não chegará aos mercados com um grande estrondo, avançará de forma gradual, com uma série de avanços ao longo do tempo.”
As negociações com os bancos centrais visam assegurar que cada unidade desta moeda digital esteja devidamente sustentada em moeda física equivalente, guardada no banco central respetivo, sendo este o seu único colateral. As transferências entre instituições serão imediatas e só se for necessário ativar o colateral é que os bancos ativarão os meios tradicionais para reclamar as verbas em causa.
Além do banco UBS, encontram-se a trabalhar neste projeto os bancos Santander, Deutsche Bank, BNY Mellon, aos quais, no final de agosto, se juntaram outros seis tubarões da finança: Barclays, Credit Suisse, Canadian Imperial Bank of Commerce, HSBC, MUFG e o State Street.
Um estudo recente preparado pelo Banco de Inglaterra, citado pelo City AM, concluiu que o avanço das transações financeiras para esta plataforma digital de liquidação de transações financeiras irá reduzir os custos associados às mesmas através da melhoria da eficiência. Contudo, “a tecnologia ainda se encontra em evolução, sendo incerto neste, momento, qual a forma final em que eventualmente resultará esta moeda digital”.
Além do banco central inglês, também os bancos canadiano, chinês e japonês se encontram a estudar os eventuais impactos, questões e riscos deste novo patamar para o qual as instituições financeiras estão a tentar levar as transações.
Fonte: Dinheiro Vivo
Foto: Arnd Wiegmann / Reuters
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