Resultados foram apresentados esta quinta-feira. Nos Açores dominam os projectos relacionados com presos, no Centro há uma terra que quer ser Capital da Magnólia e em Lisboa venceram projectos para idosos.
Um dos temas que mais divide a sociedade e até a política portuguesa – a tauromaquia – serve de base a um dos projectos vencedores do Orçamento Participativo Portugal (OPP), a iniciativa do Governo que reservou 3 milhões de euros para projectos apresentados pelos cidadãos.
Os resultados foram apresentados esta quinta-feira, no Parque das Nações em Lisboa, e os 38 projectos mais votados vão passar à fase de implementação.
O projecto nacional mais votado, como a Renascença divulgou, é uma iniciativa de âmbito nacional denominada “Cultura para todos”, que pretende promover a troca de livros e inclui a entrega de um cheque cultura a cada jovem de 18 anos.
O segundo projecto de âmbito nacional mais votado, com menos de mil votos de diferença do primeiro, pretende fazer um inventário das actividades taurinas e registá-las no inventário nacional de Património Cultural Imaterial de Portugal (PCI).
Este projecto, que foi apresentado na assembleia participativa de Portalegre, tem duração prevista de 12 meses e um investimento de 200 mil euros.
“O projecto visa dar início ao processo de inventariação e classificação dos elementos relevantes que caracterizam a cultura tauromáquica”, lê-se na apresentação do projecto, que também defende que é preciso “reconstruir a componente nacional da cultura tauromáquica, isto é, dos seus elementos que não se reduzem aos territórios municipais, tendo presença e relevância transversal a todo o país”.
Já nas propostas de âmbito regional, o projecto mais votado, com 8.373 votos, foi a criação de uma rede regional de ludotecas no Norte com o objectivo central de divulgação e recuperação dos jogos de tabuleiro. Ainda no Norte – região que mais votos concentrou – foi escolhido um projecto de contos e lendas transmontanos que pretende que cada freguesia dos municípios de Bragança e Vinhais seja retratada através de um conto desenvolvido nos agrupamentos de escolas.
Da literatura para o teatro, mas ainda a Norte, foi escolhido o projecto “O Teatro e as serras” que pretende levar espectáculos aos municípios e freguesias à volta das serras do interior.
Na região do Algarve, o projecto mais votado é a criação de uma hemeroteca com digitalização de todos os jornais e revistas algarvios desde 1833. Mas também foi aprovado um projecto para recolha de plástico nas praias e a valorização da Festa da Senhora dos Navegantes na Ilha da Culatra, entre outros.
Na região Centro dominam os projectos na área da cultura e ciência, a começar pela criação de um parque botânico em Vale Domingos, que quer ser a Capital Mundial da Magnólia.
Apoios a idosos e reclusos
Já na área metropolitana de Lisboa, o projecto mais votado é a criação de grupos de canto para seniores. Mas a preocupação com os mais velhos também levou à aprovação de um projecto apresentado no Barreiro que pretende pôr jovens e famílias a “adoptar” idosos, incentivando passeios, lanches e actividades socioculturais.
No Alentejo, venceu um projecto para a evocação do médico Garcia de Orta nos 450 anos da sua morte. Mas entre os projectos desta região está também o “Tabernas do Alentejo – arte e ciência”, que tem por lema “O vinho é a única obra de arte que se pode beber” e vai promover a realização de tertúlias itinerantes para valorizar o vinho.
Os projectos eleitos nos Açores mostram grande preocupação com os presos e a sua recuperação e reintegração. Três em quatro projectos são nesse sentido e o quarto é uma proposta para a prevenção de indisciplina e violência.
Também na Madeira foram eleitos projectos para a formação e reinserção de jovens com comportamentos de risco. E um outro que pretende dar formação sobre os bordados da Madeira a reclusas dos estabelecimentos prisionais daquela região autónoma.
rr.sapo.pt
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