É
verdade, com a evolução do tempo os bons hábitos desaparecem.
Recordo do tempo em que fui bombeiro voluntário em Cascais, e pelo
Natal havia pessoas que se dirigiam ao Quartel com o propósito de
entregar donativos, mitigando assim as necessidades do bombeiros.
De
igual modo aqueles gestos eram praticados junto de outras
instituições consideradas imprescindíveis para a comunidade.
Apenas um ou dois exemplos, porque de resto os leitores já sabem
onde quero chegar. Acontece que a vontade de contribuir vai aos
poucos fazendo parte do passado, o que é lamentável. Das
associações espera-se tudo, e quando a resposta não é possível
com a breve as coisas complicam-se. O dedo acusatório fica hirto
apontando os defeitos deste e daquele, como se o direito de apoiar
fosse taxativo.
É
verdade que a famosa crise atingiu tudo e todos, mas, sou levado a
crer, que se tratou mais de uma crise de engelharia
político-financeira, de natureza experimental para apalpar o pulso
ao Povo, porque esse sempre pagou impostos com língua de palmo,
muitas das vezes nem sequer ganha o suficiente para ter uma vida com
alguma qualidade, vendo-se na iminência de ter que partir para
outras paragens, sabe Deus em que condições.
Em
Aveiro e arredores conheço algumas instituições que até aprovaram
a dita crise, porque fez com que recebem mais uns milhões de euros
do Estado, adquirissem frotas novas, abrissem mais cozinhas chamadas
sociais, etc, etc.
A
bondade de certas pessoas está mais na serenidade de seu porte e na
mansidão de suas palavras do que nos actos benemerentes que
praticam.
Entre
a bondade e a maldade, os homens, muitas vezes, não hesitam:
abraçam a segunda, com alegria, e fogem da primeira, com enfado.
A
discriminação criminosa na atribuição dos subsídios,
principalmente no que respeita à Câmaras Municipais e porque não
às juntas de freguesia, é uma constante. Apoios atribuídos aos da
cor política, aos amigos e amiguinhos, entram pelos olhos adentro.
Até quando isto é permitido? Só os contemplados pagam impostos? As
verbas não saem do erário público? É necessário haver eleições
todos os anos para haver diversidade?
Caros
senhores, não usem e abusem do voto que vos foi confiado, sejam
imparciais, e deitem para o lixo os discursos e imagens duvidosas,
porque disso estamos todos enjoados. Vistam a camisa da coerência e da transparência.
J.
Carlos
Director
Director
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