Enquanto dormia
As eleições na Catalunha são já amanhã e o clima, decididamente, não está calmo. O enviado especial do Observador, João de Almeida Dias, foi ontem à noite assistir a um comício do Ciudadanos, o partido anti-independência que aparece em todas as sondagens a disputar a vitória com os pró-independência da ERC - e o que viu foi pancadaria, cuspidelas e insultos. Alguns vizinhos independentistas foram para as janelas protestar com tachos e frigideiras e seguiu-se o confronto.
No palco do comício estava Inés Arrimadas, a maria-rapaz que pode vir a liderar a Catalunha. Na infância, a sua grande preocupação era o futebol e o Barça; agora, é a política. Quem é a mulher que é atacada por ser bonita, que se casou com um adversário político e que usou um passaporte para atacar Puigdemont?
O discurso de encerramento de Carles Puigdemont (que aparece em terceiro lugar nas sondagens) também foi diferente: falou a partir de Bruxelas, por videoconferência, e as imagens foram retransmitidas para cerca de 100 ecrãs colocados em espaços públicos na Catalunha.
Como a situação é confusa, temos dois artigos que ajudam a entender o que está em causa:
- Um Explicador com as 10 perguntas essenciais para quem quer um guia útil e rápido;
- Um resumo dos argumentos usados por quem é a favor e contra a independência.
O Tribunal de Justiça da União Europeia acaba de decidir, esta manhã, que a Uber é uma empresa de transportes e tem de cumprir com a legislação em vigor.A Uber argumentava que, na realidade, é uma empresa digital. Trata-se de uma vitória para os taxistas.
No seu último jantar de Natal como líder do PSD, Passos Coelho atacou ontem à noite António Costa. À mesa com o grupo parlamentar do partido, disse que este ano foi "o mais trágico" de que há memória - e não um ano "saboroso", como afirmara o primeiro-ministro. Lembrou os incêndios e acusou Costa de "instrumentalização". Como despedida, os deputados fizeram um vídeo sobre os oito anos de liderança de Passos.
De um lado temos, portanto, um ano "saboroso"; do outro, um ano "trágico". E o que pensa Marcelo Rebelo de Sousa? Pensa, na sua eterna busca pelo equilíbrio, que foi um ano "contraditório".
Não houve acordo sobre o salário mínimo, por isso ficamos com a proposta do governo: 580 euros. Nem os sindicatos nem as associações patronais apoiaram Vieira da Silva.
O negócio polémico acaba de se tornar ainda mais polémico: Santana Lopes confirmou ontem que o Governo e o Banco de Portugal pediram mesmo à Santa Casa que injectasse dinheiro no Montepio Geral. O ex-provedor diz que mandou fazer uma auditoria (que não estava pronta quando deixou o cargo) e depois lavou as mãos publicamente: se houver mais perguntas, terão que ser feitas a quem manda agora na Santa Casa.
Os CTT vão cortar mais 800 postos de trabalho e fechar as lojas com pouca procura. E a administração vai ter um corte nos salários. O plano de redução de custos da empresa foi entregue ontem.
A Taxa de Proteção Civil foi declarada inconstitucional e a Câmara de Lisboa vai ter que devolver o dinheiro que cobrou. Estão em causa 58 milhões de euros. Os partidos da oposição já tinham todos avisado.
Há mexidas na Defesa: o ministro ficou sem o seu chefe de gabinete, que passou para um lugar de comando das Forças Armadas, e existem outras mudanças na estrutura.
Uma festa privada com "centenas de pessoas" levou a PSP novamente ao Urban Beach e acabou com a detenção de um administrador. Segundo o administrador, Paulo Dâmaso, não houve festa - só pessoas "alojadas" para um jantar; e não houve detenção - só uma ida à esquadra para prestar declarações.
Foi encontrado morto na sua cela Adelino Briote, conhecido como "homicida de Barcelos", que confessou à GNR ter matado quatro pessoas em março deste ano. O JN diz que se trata de suicídio.
O SEF concedeu um visto a um paquistanês que estava proibido de circular no espaço Schengen. A decisão, que ignorou um alerta de segurança, foi detectada numa auditoria, escreve o DN.
Morreu o cardeal Bernard Law, a figura central no escândalo de pedofilia na igreja nos EUA que aparece no filme "Spotlight". Acusado de encobrir casos de abusos sexuais de menores envolvendo o clero, Law foi enviado para o Vaticano na sequência do caso.
Foi encontrado (mais) um pé humano calçado nuns ténis numa praia do Canadá. É um fenómeno estranho, que acontece desde 2007. No total, já são 12.
Os nossos Especiais
“Não sei se os smartphones vão durar outros 10 anos.” A frase, provocadora, é de Arlindo Oliveira, presidente do Instituto Superior Técnico e autor do recém-lançado livro "Mentes Digitais". Em entrevista à Ana Pimentel, fala sobre o futuro, sobre a possibilidade de uma criança ficar completamente dependente de um computador e sobre os sistemas de inteligência artificial, que podem vir a ter alguns valores morais.
A nossa Opinião
Maria João Avillez escreve "Natal inquieto": "O facto de justamente nada, na mente ou na alma, ter vetado a António Costa, na caracterização ou resumo do ano, uma exibição sonora de felicidade, de 'saboroso', é que deixou meio país de boca aberta".
Maria João Marques escreve "Um ano particularmente saboroso também nos tribunais": "O que estas sentenças dizem é que mulheres como eu – financeiramente independentes, donas do seu nariz – não têm direito a justiça em caso de violência doméstica (e outro tipo de violência também não)".
Luís Aguiar-Conraria escreve "A brigada dos costumes constitucionais": "O problema do PSD é que, se os seus militantes elegem Santana Lopes, estarão a dar corda a um relógio que vai andar ao contrário, contra o sentido do tempo".
José Milhazes escreve "KGB sobreviveu ao seu centenário": "Criada a 20 de Dezembro de 1917 por Felix Dzerjinski, nobre de origem polaca, como 'órgão da ditadura do proletariado', a VTCHEKA, mais tarde KGB, foi o principal instrumento do 'Terror Vermelho'".
Notícias surpreendentes
Fatias douradas, azevias, farófias. Fomos olhar para 10 doces de Natal e dizemos-lhe quanto tempo vai ter que correr para abater as calorias de cada um deles. Prepare o cronómetro.
Hoje é quarta-feira e estou a ver o seu olhar de pânico: ainda precisa de comprar muitos presentes, não é? Pois bem, nós estamos aqui para ajudar. Temos uma lista enorme de 300 sugestões, dos 2 euros aos 2000: para elas, para eles, para os miúdos, para os vidrados em tecnologia e para quem adora produtos de beleza.
Pode também inspirar-se no armário de Meghan Markle.Qualquer coisa que a noiva do príncipe Harry use esgota em minutos. Veja aqui quais são as suas marcas preferidas.
Para acabar, só mais uma coisa: a primeira parte do balanço de 2017 que os leitores do Observador fizeram sem saber, quando reagiam no Facebook às nossas notícias com sinais de surpresa, adoro, riso ou tristeza. Hoje, veja o top 10 da ira.
E, claro, há mais histórias aqui.
Até já!
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