David Dinis, Director
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Bom dia!
Comece por anotar três notícias desta noite:
Trump está a um passo da primeira grande vitória. O Senado aprovou a sua reforma fiscal, faltando apenas uma nova votação na Câmara dos Representantes para o Presidente dos EUA poder assinar a lei. A vitória chegou por três votos de diferença.
Theresa May ligou para a Casa Branca. A primeira-ministra britânica quis mostrar desagrado pelo reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, criticando também os tweets islamofóbicos do Presidente americano. Como é bom de ver, ainda não houve acordo sobre uma visita a Londres de Trump, anota o The Guardian.
Facebook deu-nos mais opções para ignorar mensagens. No ano novo, vai ser possível ler mensagens sem que a outra pessoa saiba. Mas também vai acabar com contas de utilizadores que fingem ser quem não são. A Karla Pequenino explica este passo na direcção certa.
O que marca o dia
Um choque nos CTT: com os resultados em queda, a empresa anunciou ontem um corte nos salários da administração, uma nova equipa financeira e uma reestruturação que passará pelo fecho de balcões e pela saída de 800 pessoas em três anos - cerca de 8% do total, nas contas do Negócios.
A notícia já pôs a empresa a subir 10% na bolsa, esta manhã, mas chegou com o selo de um pesadelo de Natal para a esquerda. Esta manhã, na TSF, o PS já fez chegar a resposta por correio azul: vai chamar o presidente dos CTT para uma audição ainda esta semana, antecipando a decisão como "manifestamente contraditória" com o que está "contratualizado com o Estado" no contrato de concessão. A hipótese de renacionalizar a empresa volta a estar na mira do Bloco, que leva o desafio ao debate quinzenal de hoje.
Um salário mínimo sem acordo na concertação, pela primeira vez numa década. Os patrões quiseram a garantia do ministro de que não haveria mexidas na lei laboral, mas Vieira da Silva disse que não o podia prometer (um sinal para 2018?).
Mais dois avisos da esquerda ao Governo: o PCP pergunta pelas indemnizações que ainda não chegaram Às vítimas dos incêndios; o Bloco exigeconhecer a auditoria à Raríssimas.
E dois problemas para o MAI: o SEF deu visto a um estrangeiro proibido de entrar na Europa, diz o DN; e há uma greve a ameaçar as visitas aos reclusos no Natal, anota o JN.
Uma guerra reaberta com os professores. As negociações sobre o último concurso de colocações azedaram. E mais ainda depois de o Governo mostrar os custos de uma contagem integral do tempo de carreiras congeladas: mil milhões de euros. Mas o Governo deixou uma garantia para outros funcionários públicos: 50% vão sentir os efeitos das progressões nas carreiras já em 2018. A Raquel explica direitinho como vai ser.
Uma taxa que saiu cara a Medina: a Câmara de Lisboa não só terá que devolver a taxa de Protecção Civil, como terá que dar juros de 4% a quem a pagou, diz esta manhã o Negócios. Houve, mesmo assim, um juiz que votou vencido - um ex-colega de António Costa, esclarece a Ana Henriques.
A luta que aquece pelo PSD. Aquece com a indirecta de Passos a Rui Rio, dizendo no jantar de Natal com deputados que o partido "será sempre relevantíssimo". E também com a autodefesa de Santana, que fez um comunicado a tentar distanciar-se do negócio da Santa Casa com o Montepio.
Uma mão da Santa Casa à Raríssimas: deu 500 mil euros para ajudar a "rainha da parada" a construir a Casa do Marco. Falando nela, hoje o jornal i diz que Paula Brito e Cunha usou o dinheiro da associação para pagar pelo menos dois cursos na AESE: o dela e do seu filho.
Dois casos judiciais marcantes: a investigação ao próprio MP sobre a investigação à IURD; e a primeira condenação do Estado por violar o direito à vida.
Duas mudanças de curso na TAP: há outro brasileiro pronto a substituir Fernando Pinto na liderança da companhia; e a empresa vai retomar ligações do Porto a Milão e Barcelona, uma prenda de Natal para Rui Moreira (que ainda vai ter que esperar para a receber).
E uma portuguesa no Guggenheim. Joana Vasconcelos vai expor em Bilbau no próximo ano, uma estreia portuguesa naquele importantíssimo museu espanhol.
A investigação
Há um mês tudo indicava um final ao contrário, mas António Mexia está a caminho de um novo mandato à frente da EDP. A acompanhá-lo deverá estar Luís Amado, como chairman, mas ainda com Eduardo Catroga na empresa - um verdadeiro bloco central na empresa chinesa.
A notícia é apenas a cereja no topo do bolo à investigação que a Cristina Ferreira andou a preparar nas últimas semanas: a que nos mostra uma história de uma sobrevivência atrás das cortinas, contando as polémicas que acompanham o percurso do actual líder da EDP - e a sua luta para se manter nos mais altos cargos ao longo do tempo. Ou, se preferir, a história de uma carreira que começou a fazer anúncios de televisão e culminou num imenso jogo de bastidores, entre os negócios e a política. É o tema de capa do PÚBLICO de hoje - e, vá por mim, um texto imperdível.
Agenda do dia
O Governo vai ter um dia duro: Mário Centeno recebe o comissário Moscovici em Lisboa, para começar a acertar a agenda do Eurogrupo, mas antes ainda vai à Assembleia falar aos deputados. Noutra sala da AR estará o ministro da Saúde, para falar do Infarmed. E um pouco mais tarde é António Costa quem vai ao plenário, para o último debate do ano.
Costa estará de olhos postos na Autoeuropa, onde há um plenário de trabalhadores. E também no Ministério da Educação, onde se continua a discutir com os sindicatos de professores o último concurso de colocações.
Em Bruxelas, o tribunal europeu decide como classifica a Uber: se um prestador de serviços digital ou um serviço de táxi. Enquanto a China mostra o Orçamento para 2018, decidindo se quer cortar na dívida ou apenas reduzir o seu crescimento.
Dito isto, vamos ao trabalho, sempre de olho nas notícias. Faltam cinco dias para a consoada.
Dia bom para si! Até já!
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