Curar e Reparar é o tema da segunda edição da bienal Anozero, produzida pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e que, com uma exposição constituída por obras de 35 artistas, repartida por vários espaços patrimoniais da cidade de Coimbra, reflete sobre um mundo que reclama sistematicamente ser sarado das feridas que permanentemente abre.
O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, produzido pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra e coorganizado com a Câmara Municipal e a Universidade de Coimbra, propõe, num amplo programa, um diálogo entre a arte contemporânea e o património multisecular — em particular com o de «Coimbra – Universidade, Alta e Sofia», recentemente classificado pela UNESCO.
A bienal decorrerá até 30 de dezembro, de terça a domingo,das 10h00 às 18h00, com entrada livre nos diversos espaços de exposição.
Com curadoria de Delfim Sardo e Luiza Teixeira de Freitas, Curar e Reparar — o tema desta edição da bienal — tenta pensar nas questões que se dirigem à máquina avariada do mundo, à fragilidade do corpo, à incerteza da economia, à necessidade de permanente compensação. A bienal, espalhada por vários espaços da cidade, foi pensada como uma única exposição, com várias estações ou capítulos, num percurso que atravessa a zona histórica da cidade e o Mondego, até Santa Clara.
Diversidade de peças e artistas
No grupo de 35 artistas participantes (19 estrangeiros e 16 nacionais) estão nomes de todos os continentes, com propostas muito diferentes, utilizando os mais diversos media e suportes artísticos. As obras apresentadas têm em comum o corresponderem à expressão de múltiplos entendimentos (sociais, pessoais, ambientais, arquitetónicos) sobre a nossa relação com o mundo e, também, com o outro.
Novas obras produzidas para a bienal
Alexandre Estrela, Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Gabriela Albergaria, Gustavo Sumpta, Henrique Pavão, João Fiadeiro, João Onofre, Jonathan Uliel Saldanha, José Maçãs de Carvalho, Juan Araujo, Julião Sarmento, Lucas Arruda e Paloma Bosquê são os artistas que foram convidados a realizar propositadamente novas obras para a bienal. No conjunto dos restantes participantes (entre outros, nomes como Louise Bourgeois, Dominique Gonzalez-Foerster, Francys Alÿs, Jimmie Durham, Matt Mullican, William Kentridge, Marwa Arsanios, Ernesto de Sousa) encontram-se trabalhos apresentados que foram iniciados noutros contextos ou, então, são obras já existentes.
«Devolver o olhar à cidade»
A bienal ocupa vários espaços, da Alta e Universidade — zona que é Património da Humanidade — ao Mosteiro de Santa Clara-a-Nova — onde toda a ala Oeste do edifício (até há poucos anos ocupada pelo Exército) foi especialmente preparada para receber o polo central desta edição do Anozero. Mas, além dos espaços que acolhem o programa da bienal (Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, Sala da Cidade, Museu da Ciência, Colégio das Artes, CAPC Sereia e CAPC Sede), vários outros locais são palco de iniciativas que surgem a pretexto do Anozero. Os sinos que tocarão diariamente na cidade, numa proposta do artista João Onofre, são disso um bom exemplo. A intenção de enraizar as peças nos locais da cidade, como se verificou na edição anterior, também transformará a bienal num local de observação que vai «devolver o olhar à cidade», sustentam Delfim Sardo e Luiza Teixeira de Freitas.
Programação convergente
Além da proposta central da curadoria, ao longo das setes semanas a bienal terá a colaboração do projeto Linhas, na programação de teatro e música, e acolherá ainda um largo conjunto de outras atividades: conferências, cinema, encontros, lançamento de livros, etc.
O programa de Curar e Reparar está integrado no projeto «Lugares Património Mundial do Centro», promovido pela Turismo Centro de Portugal, e é cofinanciado pela União Europeia através do programa Centro 2020.
Artistas ANOZERO'17
Alexandre Estrela, Ângela Ferreira, Buhlebezwe Siwani, Céline Condorelli, Danh Võ, Dominique Gonzalez-Foerster, Ernesto de Sousa, Fernanda Fragateiro, Francis Alÿs, Franklin Vilas Boas, Gabriela Albergaria, Gustavo Sumpta, Henrique Pavão, James Lee Byars, Jill Magid, Jimmie Durham, João Fiadeiro, João Onofre, Jonathan Uliel Saldanha, Jonathas de Andrade, José Maçãs de Carvalho, Juan Araujo, Julião Sarmento, Kader Attia, Louise Bourgeois, Lucas Arruda, Manon Harrois, Marwa Arsanios, Matt Mullican, Paloma Bosquê, Pedro Barateiro, Rubens Mano, Salomé Lamas, Sara Bichão e William Kentridge
Mais informações em
http://anozero-bienaldecoimbra
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