quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Um dia de muitos desassossegos

P
 
 
Enquanto Dormia
 
Diogo Queiroz de Andrade, Director adjunto
 
 
Olá bom dia.
A notícia que por esta hora faz a manchete nas nossas edições tem muito a ver com o período do ano, porque é no outono e inverno que mais consumimos energia em casa. E o Governo está a ultimar legislação para dinamizar o mercado de gás de botija, da qual dependem 2,6 milhões de famílias em todo o país. A Ana Brito conta que o projeto de decreto-lei vai implicar que cada posto de combustível venda as garrafas vazias das várias marcas sem custos para os consumidores, aumentando a concorrência e com isso baixando os preços. A verificar-se, será uma ótima notícia para o nosso bolso.
Ainda sobre o frio, mas passando para a saúde: a Organização Mundial de Saúde acaba de revelar que por ano morrem até 650 mil pessoas por complicações respiratórias provocadas pela gripe sanozal em todo o planeta. Voltando a Portugal, na saúde é a hepatite que domina as notícias. Como anuncia a Ana Maia, há mais de 5 mil tratamentos de hepatite C já autorizados mas ainda não iniciados, o que se explicará por questões de agendamento clínico.
Uma notícia que cruza as fronteiras entre saúde e política é a situação da Raríssimas, que continua a ser um dos temas do dia. O ministro Vieira da Silva continua a afirmar estar de consciência tranquila apesar de ter validado as contas da instituição que agora estão em dúvida, e Manuel Delgado, ex-secretário de Estado da Saúde, admite processar a TVI por devassa da vida privada – a Natália Faria e a Alexandra Campos continuam a acompanhar o caso e não vão perder de vista a notícia. Ainda sobre a Raríssimas, é o Diário de Notícias que conta que este governo quadriplicou os financiamentos à associação. Ainda sobre este tema, importa voltar ao Público e ler o que João Miguel Tavares escreve hoje sobre isso, lançando na sua coluna de opinião “a história que ainda falta contar”.
Na política, abrimos com a grande entrevista ao Público e à RR de Carlos César, presidente do Partido Socialista, em que joga à defesa nas questões que se prendem com o Governo e ao ataque na relação com o Bloco. Também vale a pena notar que o gabinete do primeiro-ministro confirmou que deu ordens para pagar indenizações aos familiares das vítimas de Pedrogão mesmo sem detalhar as circunstâncias de cada morte - sendo que para isso acontecer é preciso que sejam entregues requerimentos por parte dos familiares.
Ricardo Robles, em entrevista ao João Pedro Pincha, fala das prioridades do acordo Bloco/PS na Câmara de Lisboa: acabar com o catering nas refeições escolares, rever o PDM e melhorar o atendimento de saúde.
E outra política, a de ciência, continua a dar trabalho ao governo: já está mais do que atrasada a portaria que clarifica as remunerações para o emprego científico e, como conta a Andrea Cunha Freitas, a sua publicação está prevista “para os próximos dias”.
Numa rápida volta ao mundo, de Este para Oriente, é impossível não começar pelos Estados Unidos, onde a oposição a Trump ainda rejubila com a vitória da outra madrugada no estado do Alabama. A Rita Siza conta como essa recuperação no Senado serviu para animar os democratas e renovar as esperanças para as eleições de 2018. Do lado de cá do oceano, a líder britânica sofreu nova derrota no processo do Brexit, ao contar com a contestação dos próprios deputados conservadores na gestão do acordo em discussão com Bruxelas.
E na Palestina ainda se sentem as ondas da escolha de Jerusalém como futura sede da embaixada dos EUA em Israel: os representantes dos 57 países muçulmanos que se reuniram em Istanbul endureceram posições e decidiram recusar qualquer papel de mediação aos americanos na gestão do conflito israelo-palestiniano. E, já desta madrugada, é preciso assinalar o ataque israelita a posições do Hamas na Faixa de Gaza, indiciando uma escalada de violência que muitos analistas temiam já.
Benfica continuou a confirmar que está a viver a pior época dos últimos anos ao sair da taça sem glória nem mérito, adjetivos que se aplicam ao Rio Ave que ficou com o lugar nos quartos de final - já se sabe que será acompanhado pelo Sporting, Aves, Farense e Moreirense. Noutra taça, noutro palco, o Real Madrid venceu o Al-Jazeera à justa e conquistou o direito de seguir para a final do mundial de clubes.
Da cultura para o desporto, onde o Luís Miguel Queirós nos fala de uma poderosa máquina literária digital que reúne o Livro do Desassossego e por onde vale a pena passar.  E também vale a pena ler o artigo de opinião de Regina Queiroz, que recorda como a violência da realidade insiste em contrariar as aspirações de cidadania que queremos ter em relação ao racismo.
Antes de o deixar ir embora ainda sugiro dois vídeos: um, feito aqui mesmo no auditório do Público, em que o ministro dos Negócios Estrangeiros Santos Silva e o diretor do Instituto de Relações Internacionais Carlos Gaspar discutem o estado do mundo. Outro, o programa Fronteiras XXI, que ontem passou na RTP 3 e que se dedicou à verdade e mentira nas redes sociais.
Amanhã cá estarei outra vez com mais notícias e sugestões para combater o frio e a chuva que se esperam para o fim de semana. Até lá.

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