David Dinis, Director
|
Bom dia!
Chegámos a sexta-feira e as notícias vão assim:
Um tweet de Trump pôs a América em risco de 'shutdown'. As bancadas estavam confiantes num compromisso orçamental para manter a máquina federal a funcionar, até que o Presidente resolveu intervir, lançando a confusão. Se acordo com o New York Times, o documento passou no Congresso, mas os Democratas parecem mesmo dispostos a chumbá-lo no Senado. Hoje à noite, ou vai ou racha.
Puigdemont diz que pode governar a Catalunha de Bruxelas. A frase, dita numa entrevista esta manhã, é esta: "Hoje, os grandes projectos empresariais governam-se com novas tecnologias. Não são as condições normais que preferíamos, mas é melhor isto do que desde a prisão".
Uma refeição por dia, um banho por ano. O casal americano que manteve os filhos em cativeiro foi acusado de tortura, abuso infantil e detenção ilegal. Poderão enfrentar uma sentença de 94 anos. Dizem-se inocentes. O caso é verdadeiramente indescritível - mas o que o procurador disse está aqui.
Mas, vá, também há boas notícias: como a que nos dá o Papa Francisco, que celebrou um casamento em pleno voo; ou como a que chega da Nova Zelândia, onde a primeira-ministra anunciou que está grávida. Será a primeira chefe de Governo a ter uma criança em 30 anos, conta o Quartz.
O que marca o dia
O INEM ainda não passou os registos de Pedrógão a computador. Sete meses depois da tragédia, conta a Liliana Valente na nossa manchete, o instituto não diz a que horas activou meios nem quando estes chegaram às vítimas.
As primeiras conclusões sobre Tancos: seis meses depois do assalto, há quatro castigos aplicados.
O recado da PGR para Angola (sem dizer a palavra): “O respeito deve ser mútuo”, disse Joana Marques Vidal, que também abriu um tabu sobre a sua recondução. Esta PGR "não é a Rainha de Inglaterra", digo eu, no Editorial de hoje.
Nem todos os pensionistas terão direito a aumentos. Só em casos muito particulares as pensões acima de 5147 euros serão aumentadas. A "clarificação" é feita numa portaria publicada ontem - e segue-se à confirmação de uma notícia que lhe contámos há uns dias: os aumentos para funcionários públicos vão chegar com atraso.
Não faltam notícias sobre consumo: os portugueses continuam a não largar o carro; a venda de leite caiu 11% em 2016(via JN); a comida vai ter ainda menos sal e gordura (depois das negociações que o Governo forçou com o sector alimentar).
Duas novidades na Saúde: os telefonemas não atendidos nos centros de saúde serão encaminhados para o SNS 24; e um corte certo nas tabelas da ADSE (só falta perceber se maior, ou menor).
Uma confirmação que era de esperar: em Janeiro, 20 trabalhadores pediram para sair do Infarmed.
Um programa sob fogo cruzado: a comissão de menores deu 48 horas à SIC para retirar imagens do Supernanny; e os familiares das crianças do segundo episódio já fizeram queixa.
E um tabu que se quebra lentamente: os homens vítimas de abuso sexual demoram mais de 20 anos a "quebrar o silêncio".
E um outro tabu que vai crescendo (no PSD): Rui Rio admite que "há alguma turbulência", mas não sabe "se é real", nem diz como pretende resolvê-la. No podcast Poder Público, é essa a pergunta que nos guia: como funciona a cabeça do novo líder do PSD?
Um ípsilon para guardar
O ípsilon escolheu 18 palavras-chave para 2018. São histórias e pessoas que vamos querer encontrar. O ano será delas - e o delas fará o nosso muito melhor. Se quiser abrir a porta e entrar, 2018 é isto! Se preferir ir espreitando caso a caso, deixo-lhe abertas algumas janelas para o ano: Madonna misturada com Lisboa; Bob Dylan por cá, um clássico americano; Björk, um planeta vivo em palco; James Baldwin, a ressurreição de um romancista; o ano das biografias (mas que apetência é esta?); Sharon Stone, o puzzle da morte dela. Então, pronto para abrir a porta?
A agenda do dia
Marcelo convocou o Conselho de Estado, para discutir o que fazer aos próximos fundos comunitários (mas ainda com as ideias do novo PSD de fora). Na Assembleia, os deputados votam recomendações ao Governo para compensar os lesados do Banif e BES que ainda não têm solução face às perdas sofridas. Enquanto isso, na Autoeuropa, há mais uma tentativa de negociação entre a administração e trabalhadores sobre os novos horários de trabalho.
Lá por fora, Merkel vai a Paris, contando a Macron como vão os cenários de Governo na Alemanha (uma conversa antecipada aqui pela Teresa de Sousa). E a América olha para o relógio, tentando adivinhar se terá o Estado sem financiamento quando chegar a meia-noite, por falta de acordo no Senado.
Esta noite regressa também o futebol, com o Sporting e Porto a lutarem pela liderança em Setúbal e no Dragão (contra o Tondela).
Enquanto isto tudo não chega, deixo-lhe o regresso de Sérgio Godinho - "um disco valente na ressaca da troika". As estreias da semana, em apenas um minuto. E um lugar marcado na Cinemateca, para lembrar quando os filmes nos diziam que não fomos feitos para as nossas vidas. Diz-nos o Vasco Câmara: "São 22 filmes do cinema americano dos anos 70, falam-nos sobre hoje. Sobre a ansiedade, sobre o medo. E talvez nos digam algo sobre o que já não somos capazes como espectadores. A partir de 1 de Fevereiro, se formos capazes."
É claro que somos, Vasco. Disso e de pôr um sorriso, confiante no amanhã.
Despeço-me por aqui. Com um desejo sincero:
tenha um dia bom e um óptimo fim-de-semana!
Nenhum comentário:
Postar um comentário