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David Dinis, Director
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Ora viva! Então que tal?
Enquanto dormia, eis o que acontecia:
O Senado confirmou o novo presidente da Fed. Jerome Powell será o governador do banco central dos EUA - e um dos homens mais influentes na economia mundial.
Os aliados da América mudaram de prioridades. Onze países do Pacífico assinaram um acordo de comércio que deixa de fora os EUA, no momento em que Donald Trump decidiu bloquear a importação de produtos baratos vindos da Ásia, lembra o Wall Street Journal.
A Venezuela pôs uma data para as eleições. A Assembleia Constituinte, integrada apenas por aliados de Nicolás Maduro, impôs 30 de Abril como limite para as presidenciais. O México não gostou, anunciando que deixará o papel de mediador do conflito político em Caracas. Assim, é cada vez mais incerto se a oposição poderá concorrer.
Morreu um dos nomes máximos da literatura de ficção científica. Ursula K. Le Guin, autora de obras-primas como Os Despojados, A Mão Esquerda das Trevas ou os romances do ciclo de Terramar, faleceu esta segunda-feira, aos 88 anos.
E ainda temos o futebol, com o Setúbal a fazer a festa: os sadinos são os primeiros finalistas da Taça da Liga. Mas, pelo que diz o David Andrade, a vitória não lhes assenta bem.
O que marca o dia
O segundo aniversário de Marcelo. E com o registo de um recorde nacional: 177 horas, 7 minutos e 48 segundos, precisamente o tempo de antena que o Presidente teve nos noticiários em dois anos (fora as tv's por cabo). É mais do que Cavaco e Sócrates tiveram juntos, no mesmo período temporal, há 10 anos. E aqui está mais uma notícia para ajudar aos números (via Renascença): Marcelo já tem quarto em Belém - mas não gosta muito.
E é dois anos depois que chega um aviso de Sampaio da Nóvoa: “Marcelo está a reduzir os outros actores políticos quase a figurantes”, afirma o ex-candidato presidencial numa entrevista ao PÚBLICO e Renascença. A versão integral só vem amanhã, mas a antecipação faz a síntese da conversa: boa nota à “proximidade”, mas com alguns riscos pelo uso "excessivo da palavra". Talvez por isso, Sampaio da Nóvoa já nem exclui uma segunda candidatura a Belém.
Esta noite, Costa esteve com o Presidente de Angola. Consta que "foi excelente", mas as visitas de alto nível continuam congeladas por causa de... "uma questão".
A "questão" é o julgamento da Operação Fizz, que ontem contou com uma presença insólita: um juiz passou dez minutos na sala de audiências para “ouvir um bocadinho”. E conta a Ana Henriques que foi assim. Já quanto a Proença de Carvalho, o caso parece ficar mais sério, diz hoje o jornal i.
Já no PS, a discussão foi mais honesta: as jornadas parlamentares do partido iam falar sobre "transparência" e acabaram a ouvir críticas de porta aberta. Uma delas bem directa: “Temos de salvar o regime dos salvadores do regime”.
A propósito de transparência (I): o BCP foi acusado de falhas no combate ao branqueamento - e já teve direito a uma contra-ordenação do Banco de Portugal, diz o Negócios hoje.
A propósito de transparência (II): um ano depois, o Fisco está sem respostas nem castigos sobre o apagão das offshores, anota o Pedro Crisóstomo.
O que foi quente no PS foi a discussão sobre o futuro: ouvindo os deputados, a Liliana Valente ficou na dúvida se o caminho será o de consensos à direita ou o da união à esquerda. Quem tem um conselho a dar ao BE e PCP é Francisco Louçã (a carta aberta chama-se "Como agir no caso do dr. Rio"). Eu, que só faço perguntas, deixo esta no Editorial: "Com quem quer casar a carochinha?".
Do estado do Estado chegam más notícias: o concurso para aluguer de helicópteros do INEM está em vias de ser cancelado; e o Turismo do Norte só tem dinheiro até ao fim do mês (JN).
Se acha que conduzir é mais seguro, o melhor é ver estes dados: o condutor típico português conduz 9000 kms por ano, tem carro com 10 anos e usa-o diariamente.
No Porto, Vhils fez uma travagem brusca: decidiu "não avançar com uma intervenção” no edifício de Agostinho Ricca, abrindo espaço para Rui Moreira pedir isto.
E a SIC? Travará a fundo? Com a Supernanny debaixo de olho, o Ministério Público abriu inquérito contra o canal por desobediência.
Outras leituras
1. Brasil no dia da decisão: Lula entre a prisão e o Planalto. O mais duro combate de Lula tem lugar hoje, num tribunal: o ex-Presidente do Brasil conhece a sorte de um recurso a uma sentença de nove anos e meio de prisão. Se perder, fica proibido de concorrer às próximas presidenciais. E explica o Manuel Carvalho: "Num país em sobressalto, o julgamento de hoje pode gerar um novo choque sísmico na política brasileira". Para perceber melhor as notícias do dia, eis os cenários em cima da mesa. E a nossa entrevista a Celso Rocha Barros, sociólogo e colunista do Folha de São Paulo, com um título em cheio no alvo: “Grave, gravíssimo, é se a justiça só funcionar contra a esquerda”.
2. Em Davos, o Ocidente está de regresso? Sim e não, responde a Teresa de Sousa. A pergunta precisa de um contexto: "Nos longos anos em que as economias ocidentais enfrentaram a Grande Recessão (depois da crise financeira de Wall Street), Davos foi o reflexo de um mundo em mudança que, aparentemente, deixava de ser americano ou ocidental, para passar a ser do 'resto', ou seja, das grandes potências emergentes, que tinham tirado partido da globalização dos mercados". Agora, o estado da arte é este.
3. O agitador da imigração na Casa Branca. Aos 32 anos, Stephen Miller, o assessor de Trump obcecado com a imigração, tornou-se central no núcleo de aconselhamento do Presidente americano. Alinhado com os ideais nacionalistas, é visto como um obstáculo a uma reforma mais moderada.
Ashley Parker e Josh Dawsey, do Washington Post, mostram-nos o perfil.
4. Os óscares ainda nos mostram o melhor do cinema? Depois de conhecer as nomeações deste ano, que ficaram entre A Forma da Água e a lupa da diversidade, o Jorge Mourinha responde que não, "nem poderão voltar a fazê-lo tão cedo", porque "os óscares vivem numa bolha". Vale bem a pena lê-lo, logo a seguir a entrar na bolha e ver as nossas críticas a cada um dos escolhidos.
A agenda de hoje
Já sabe que hoje é dia D para Lula da Silva. E também que em Davos há um momento europeu, com discursos de Merkel e Macron - e uma espécie de dia de Portugal promovido por António Costa. No plano interno, para além do julgamento da Operação Fizz (e do de Duarte Lima, no Brasil), destaca-se a reunião da concertação social sobre relações laborais, também o retomar das negociações com os professores, sobre a recuperação do tempo de serviço. E ainda um renovado debate lançado sobre o CDS, sobre o estado do Estado português.
Noite fora, claro, temos o primeiro de quatro clássicos Sporting-Porto, para saber quem vai à final da Taça da Liga (mais o sorteio da novíssima e muito, muito complicada Taça das Nações, com a selecção portuguesa no pote das maiores do mundo, como é bom de ver).
Dito isto, vamos ao trabalho. Se lhe parecer dura, a viagem pelo dia, lembre-se desta: estes Carapaus de Corrida querem atravessar 24 países em 50 dias. Bem, pensando melhor, é capaz de não ser má ideia :)
Um dia com coisas boas. Só boas.
Até amanhã!
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