David Dinis, Director
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Bom dia!
Foi bom, o fim-de-semana?
Vamos rever as últimas notícias?
O Porto saiu de Paços de Ferreira sob aviso vermelho. Que é como quem diz, com o Benfica à perna, apenas a dois pontos de distância e dependente de si próprio. Foi a primeira derrota doméstica dos 'dragões' - e mesmo à entrada do último quarto do campeonato.
Um helicóptero turístico caiu junto a Manhatan. O acidente no Rio Hudson, mesmo junto a Nova Iorque, fez cinco mortos.
Trump deu nova directiva sobre armas nas escolas. O Presidente insiste em ter professores armados, mas recuou no aumento da idade para compra de armamento, dos 18 para os 21 anos. O Washington Post faz-nos o resumo.
Em Ghouta, tropas de Assad e rebeldes travam intensos combates. As cidades de Douma e Harasta, pelo meio, estão totalmente isoladas. Os combatentes não aceitam a rendição ou uma retirada negociada. E nesta ofensiva já morreram mil civis.
Marine Le Pen já tem novo nome para o seu partido: ontem propôs rebaptizar a FN como Reagrupamento Nacional, mas faltou-lhe fazer o mesmo ao discurso. Já no sábado, a Clara Barata perguntava assim: o tempo de Marine já passou?
O que marca o dia
A separação da direita consumou-se. Assunção Cristas fechou o congresso do CDS a mostrar temas onde Rui Rio ainda não está (demografia, nova economia e território) e sobretudo a assumir-se como alternativa número 1 a António Costa. O que levou Rui Rio a responder à letra, mesmo no fim do discurso da líder centrista. A verdade é que, por comparação ao congresso do PSD, o CDS mostrou entusiasmo com a líder, uma equipa jovem a preparar um programa e uma razoável estabilidade na direcção. A ambição de Cristas é grande, mas a direcção do PSD fala de "megalomania" e Marques Mendes considera a ambição ridícula (mesmo admitindo que o seu PSD deu "mais um tiro nos pés").
Facto: quando foi a corrida a Lisboa, o PSD também desdenhou (e deu no que deu).Dúvida: a direita vai entrar em guerra?
A verdade é que o PSD continua em guerra: a instabilidade, agora, está no currículo do novo secretário-geral - acusado de falsificar um documento. Rui Rio desvaloriza.
Do PS vem outra afirmação sintomática: no meio das eleições para as distritais, o líder do PS-Coimbra diz ser “normal” ir buscar pessoas para votar.
Mas para Costa vem um apoio importante: "É o único, neste momento, capaz de construir consensos", garante o presidente da Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos (filho).
Entretanto o Presidente deixa um recado (que é um pedido): o prazo para limpeza do mato “pressupõe alguma elasticidade”, diz Marcelo. Que é como quem diz que o melhor é dar mais uns dias.
Do Governo vem uma notícia com importância que faz a nossa manchete: os testes de HIV e de hepatite B e C vão passar a ser feitos numa farmácia. Os preços ainda não são conhecidos, mas o despacho é publicado hoje em Diário da República.
Na Saúde há, porém, um novo alerta: vem aí uma nova vaga de emigração dos médicos mais novos?
... e mais um, para a Segurança Social: não é por terem trabalho que os mais pobres deixam de o ser, revela este novo estudo.
Falta ainda dar as novidades das NOS, cujo lucro surpreendeu toda a gente.
... e as últimas do BPI, que decidiu cobrar-nos pelas transferências online. Aposto que a moda pega.
Acrescentar um ponto
1. Maio de 68: como viver depois da intensidade. Cinquenta anos depois de 1968, João Moreira Salles recuperou as imagens do Maio de Paris e da Primavera de Praga, e juntou-as com os filmes amadores que a sua mãe fez, em 1966, numa viagem exaltante à China, em plena Revolução Cultural. O resultado é No Intenso Agora, um filme com uma tonalidade poética, "para tentar entender como se chega a perder a capacidade para a alegria". O Ivan Nunes pediu-lhe uma entrevista e acabou por ter mais de sete horas de conversa, que acabaram na capa do P2.
2. Como as democracias morrem. É o título de um livro que comprei em Nova Iorque, na minha última passagem por lá. Um dos autores é Daniel Ziblatt, a quem a Bárbara Reis conseguiu chegar. Diz-nos ela que foi uma conversa sobre as palavras e as técnicas — subtis — que os políticos usam para destruir a democracia. E sobre Trump, pois claro, o Presidente dos EUA que “ladra mais do que morde”, mas chumbou no teste do autoritarismo. O título vai por aí: “Trump é um teste de stress ao sistema político americano”.
3. Trump e Kim: podemos confiar nesta paz? Trump arrisca tudo e aceita pisar terreno desconhecido: pela primeira vez, um Presidente norte-americano aceitou sentar-se à mesa com um líder norte-coreano para discutir a desnuclearização. Mas a parada é elevada e os riscos são muitos. O Ruela Ribeiro mostra as cartas sobre a mesa; a Teresa de Sousa fala do que parece ser uma armadilha bem montada; Tiago Moreira de Sá do que lhe parece ser uma vitória de cabeleira amarela. Opiniões diferentes? Pois, lá na Coreia não seria possível.
4. E as tecnologias, podem elas salvar-nos? A cada ano que passa, o Future Today Institute analisa as mudanças provocadas pela ciência e tecnologia e na sociedade. A cada novo ano publica um texto que analisa as tendências do que aí vem e que funciona como um guia prático para o futuro próximo. O Diogo e o João Pedro olharam para o que saiu hoje e contam-nos os quatro grandes temas que vão marcar os próximos tempos. Regresso ao futuro?
A agenda de hoje
Com Marcelo em visita oficial à Grécia, acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e por deputados, o Governo volta à mesa de negociações com os sindicatos de professores, avaliando as condições de recuperação do tempo de serviço congelado.
No Campus de Justiça começam as alegações finais dos Vistos Gold.
Já no futebol, é a vez do Sporting tentar recuperar terreno para o Porto - mas Jorge Jesus ainda tem algumas dúvidas sobre o jogo em Chaves.
Sem dúvida alguma, segue a minha última recomendação do dia: passe por uma banca de jornais e peça o livro das crónicas do Jorge Almeida Fernandes. Chama-se Ponto de Vista e ajuda-nos a perceber melhor o mundo. É, além do mais, uma homenagem justíssima a um dos melhores nomes do jornalismo português.
Eu fico-me por aqui, com desejos de um diz feliz.
Até já!
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