A divisão dos católicos na eutanásia (e Itália, e o PS)

David Dinis, Director

Bom dia! O fim-de-semana foi bom?

Vamos às últimas notícias?

A Itália ficou sem Governo - e mais perto de uma crise profunda. Quatro dias depois de ter aceite o nome proposto pelo Cinco Estrelas e pela La Liga para primeiro-ministro, o Presidente vetou o nome proposto para as Finanças - um eurocéptico que tem proposto um "plano B" para sair do euro. Acto imediato, o chefe de Governo indigitado demitiu-se e o país pode voltar a eleições. Como já vimos antes, noutras geometrias do euro, pode não ser uma solução muito inteligente - mas lá voltaremos ao tema.

A Colômbia não conseguiu escolher um Presidente. Para a segunda volta das eleições seguiram dois candidatos nos antípodas, até sobre o acordo de paznegociado com as FARC. 

A cimeira entre Trump e Kim ainda não saiu. Trump mandou uma “equipa” a Pyongyang para fazer avançar o encontro entre os dois líderes. E diz que a Coreia do Norte “será uma grande nação económica e financeira”.

Temer anunciou a baixa do preço dos combustíveis, para tentar travar o protesto dos camionistas que já bloqueia as cidades e faz subir a temperatura política. Mas a redução do preço é só por 60 dias.

Ronaldo despediu-se de Madrid com um "até para o ano". E deixou toda a gente baralhada, na festa de celebração da terceira Champions consecutiva: afinal, quer sair do clube ou ficar? Vai para o PSG ou renova contrato, como lhe pediram em Madrid?

O Sporting confirmou a saída de Rui Patrício para o Nápoles. As negociações foram confirmadas por Augusto Inácio, novo responsável pelo futebol. Quanto a Jorge Jesus, nada se sabe.

O que marca o dia

Os patrões pedem apoio de Rui Rio para o acordo laboral que devem assinar na quarta-feira. Até porque o Bloco e PCP já avisaram que há medidas que não passam com a esquerda.

No congresso do PS, Costa pediu outro acordo na concertação (e pôs as cartas do último orçamento no regresso de jovens qualificados. No after-match do congresso, a São José Almeida fala de Costa como "um optimista tolerante", enquanto eu assinalei o que não vi no discurso final: nem elogio à esquerda, nem crítica à direita. A esquerda, claro, não gostou.

No PSD, a direcção reagiu com frieza à saída de Santana do Conselho Nacional: “Se discorda, teria frontalidade para o dizer”.

Um estudo sobre desigualdade mostra como ela atravessa gerações. E também temas como a educação, o trabalho, a criminalidade, as tarefas domésticas e a saúde. 

Os carros novos poderão ficar mais caros em Setembro, conta o DN.

A carta por pontos excluiu 59 condutores em dois anos, anota o JN. 

O Banco de Portugal vai fiscalizar o crédito em cumprimento do antigo BPN, conta a Cristina Ferreira.

Ler mais devagar

1. A divisão dos católicos na votação da eutanásia. No último domingo antes da votação na Assembleia, uma equipa de jornalistas do PÚBLICO foi ouvir algumas homilias pelo país fora, para perceber que mensagem foi passada aos fiéis. E descobriu, com surpresa, que em vários casos não houve referência ao tema - e que mesmo entre os fiéis há quem acredite que "Deus não vai castigar" quem defende a eutanásia. A reportagem chama-se “Que o Espírito Santo inspire os deputados na decisão”. E vem a par de um testemunho de católicos, todos pró-eutanásia, que explicam como lidam com o dilema. À cabeça está José Manuel Pureza.

2. Frei Bento Domingues: “A grande igreja sem paredes é Fátima”. “O que é isto?” Tantas vezes frei Bento Domingues faz a pergunta ao olhar para Fátima, tantas são as respostas a que chega e as que estão ainda por descobrir. “É um enigma”, diz o teólogo dominicano, que chegou a Fátima pela primeira vez por volta de 1947. Trinta anos depois passou a livro essa reflexão, agora reedita-o, em versão revista e aumentada, com textos inéditos. A Lurdes Ferreira conversou com ele sobre a religiosidade portuguesa e sobre Fátima, em particular.

3. Como se alimenta uma cidade de forma sustentável? A Alexandra Prado Coelho e a Vera Moutinho estiveram mais de um mês a escrever e filmar uma reportagem especial sobre um dos temas mais importantes da actualidade. Questiona o poder do consumidor (e se o sabemos usar), sobre o problema da distribuição nos dias de hoje, sobre o desafio do abastecimento das cidades, sobre o custo escondido do que comemos e, agora, sobre as ideias escondidas que elas descobriram no meios dos nossos prédios. O especial sobre alimentação na cidade é para estudar, conhecer e... chorar por mais.

4. “Vamos ter de voltar a aprender a ter tempo livre”. Os robôs e as máquinas inteligentes vão ocupar cada vez mais postos de trabalhos. “Vamos ter mais tempo livre”, antecipa Ana Sofia de Carvalho, do Grupo Europeu de Ética em Ciências e Novas Tecnologias. Mas isso, para nós, será um desafio. Conseguiremos aproveitá-lo, Karla Pequenino?

Hoje na agenda 

Por cá, os camionistas vão parar nas bermas, em protesto contra o preço do gasóleo (entre outras coisas) e sem hora para acabar. Ao almoço acabará a reunião do Conselho de Estado, desta vez sobre a situação internacional e com Marcelo a receber um convidado especial: o secretário-geral da ONU, António Guterres. À noite, hora marcada para o Portugal-Tunísia, primeiro jogo de preparação para o Mundial de Futebol.

Lá por fora, o Presidente italiano recebe o ex-FMI Carlo Cottarelli, um potencial chefe de Governo provisório. Quanto ao Presidente de Angola, João Lourenço, começa uma visita oficial de três dias a França - que se saiba, sem escala em Lisboa.

Um dia feliz, até amanhã!