sábado, 12 de maio de 2018

Ministério Público pede 25 anos de prisão para jovem acusado de homicídio em Coimbra

Resultado de imagem para Ministério Público pede 25 anos de prisão para jovem acusado de homicídio em Coimbra
O Ministério Público (MP) pediu hoje uma pena de 25 anos de prisão para um jovem acusado de matar com 14 tiros um homem à porta de uma discoteca de Coimbra, em 2017.
Na sessão de alegações finais do julgamento, no Tribunal de Coimbra, a magistrada do MP defendeu como adequada a pena máxima para o arguido, atualmente com 22 anos, mas o advogado deste considerou que tal punição “é exagerada”.
“O senhor quis matar” Ismael Soares, disse, frisando que o atirador quis também “ofender corporalmente” a namorada da vítima mortal do incidente, Élida, antiga dirigente da Associação de Estudantes Cabo-Verdianos da Universidade de Coimbra.
A procuradora salientou que o principal arguido do processo revelou “uma personalidade agressiva” e intenção de “causar sofrimento” ao falecido e sua companheira.
“A magnitude das consequências dos seus atos é muito grave”, sublinhou.
A representante do Ministério Público sugeriu uma pena de cinco anos de prisão para a namorada do homicida, alegadamente cúmplice dos crimes e que tinha na sua posse uma soqueira, arma proibida com que agrediu a gerente do estabelecimento de diversão noturna.
Para os outros dois arguidos, acusados de terem contribuído para a prática dos crimes, o MP defendeu a condenação a diversas penas de cadeia.
Nas alegações, o defensor do homicida, João Palmeirão, que também representou o padrasto deste, por impossibilidade do seu advogado estar presente, disse que a pena máxima preconizada pelo MP para o arguido principal “é exagerada”.
“Tenho a certeza que ele está arrependido”, reafirmou João Palmeirão aos jornalistas no final da audiência.
Na sua opinião, “toda a acusação” foi concebida pela Polícia Judiciária “com base em três depoimentos diferentes” e contraditórios prestados pela testemunha que conduziu a viatura de onde o acusado terá disparado, que no dia 24 de abril falou ao tribunal através de videoconferência a partir do Brasil, tendo no essencial confirmado os factos da acusação.
“Só alguém com estatuto especial para poder passar de arguido a testemunha”, criticou o causídico João Palmeirão, defendendo que o amigo do homicida também deveria “estar sentado no banco dos réus”.
Acusado de ter assassinado e ter abatido a vítima com 14 tiros, à porta da discoteca Avenue Club, em Coimbra, na manhã de 08 de janeiro de 2017, o principal arguido mostrou-se arrependido dos crimes.
“Sei que vou pagar pelos meus erros e tenho de pagar”, disse.
Para mostrar arrependimento, “não preciso de estar aqui chorando, fazendo palhaçada”, afirmou no final, instado pela presidente do coletivo de juízes.
O presumível homicida foi detido, na Galiza, pela Polícia Nacional de Espanha, para onde tinha fugido, 17 dias depois dos crimes.
A polícia de Espanha agiu com apoio da congénere portuguesa e em “cumprimento de um mandado de detenção europeu”, emitido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra, informou na altura a Polícia Judiciária em comunicado.
Elementos da Diretoria do Centro da PJ deslocaram-se ao país vizinho no âmbito dessa colaboração.
Cidadão de nacionalidade brasileira, então com 21 anos, o fugitivo foi detido na cidade de Vigo, no dia 25 de janeiro de 2017.

Fonte: MadreMedia/Lusa

Nenhum comentário:

Postar um comentário