segunda-feira, 2 de julho de 2018

Não existe vulva “normal”: estudo

Um novo estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores do Lucerne Cantonal Hospital, na Suíça, investigou as variações na genitália feminina e chegou à conclusão de que não existe uma vulva normal.
Os pesquisadores avaliaram 657 mulheres caucasianas com idade entre 15 e 84 anos ao longo de dois anos, medindo o comprimento do clitóris, dos grandes lábios, o comprimento e a largura dos pequenos lábios e a distância entre a base do clitóris e a abertura da uretra.
Enquanto os pesquisadores foram capazes de determinar comprimentos médios dos vários elementos da vulva, as medidas variaram drasticamente entre as mulheres. Inicialmente, eles esperavam que a pesquisa fornecesse uma “linha de base para a aparência de uma vulva caucasiana normal”, mas seus resultados provaram que tal base não pode ser determinada.
A pesquisa é especialmente importante tendo em vista o aumento documentado na popularidade das labioplastias nos últimos anos, um procedimento cosmético que envolve alterar cirurgicamente a pele ao redor da vulva.

Variações imensas

O comprimento médio dos lábios internos foi de 43 milímetros – no entanto, no estudo, alguns mediam 5 milímetros, enquanto outros atingiam 100 milímetros de comprimento.
Além disso, o comprimento médio dos lábios externos era de 80 milímetros, com o menor medindo 12 milímetros e o maior 180 milímetros.

Por fim, o comprimento médio do clitóris foi de 7 milímetros, com as diversas medidas variando de 0,5 milímetros a 34 milímetros.
Com isso em mente, o número de mulheres submetidas a labioplastias para alterar a aparência de sua vulva para fins cosméticos é extremamente preocupante.

Parem!

De 2015 a 2016, a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética observou um aumento de 45% no número de procedimentos de labioplastia. Apesar da recomendação de que a operação seja realizada apenas em mulheres adultas, mais de 200 meninas com menos de 18 anos realizaram o procedimento nestes anos.
A Dra. Naomi Crouch, ginecologista especializada em adolescentes, informou à BBC que meninas de até nove anos estavam realizando a cirurgia devido a inseguranças sobre a aparência de sua genitália, o que é muito preocupante e deveria ser desencorajado.
De acordo com o ginecologista Dr. Kenneth Levey, da Maiden Lane Medical, que não esteve envolvido no estudo, a operação só deveria ser feita por motivos médicos. Por exemplo, se uma paciente se sente muito desconfortável ao andar de bicicleta, algo que melhora depois da operação para encurtar seus pequenos lábios.
“Pacientes que não apresentam nenhum desses sintomas? Elas devem ser aconselhadas de que não há ‘normal’, e há desvantagens médicas em fazer qualquer cirurgia, desde dor a cicatrizes, até danos nos nervos”, explicou. [DailyMailTheIndependent]

Fonte: hypescience

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