terça-feira, 24 de julho de 2018

Quem é o português julgado por pertencer ao Estado Islâmico?

Fábio Almeida é o primeiro português detido na Europa sob acusação de pertencer ao Daesh e está a ser julgado em Espanha

Fábio Almeida, um dos quatro acusados pelas autoridades espanholas de formarem uma célula do Estado Islâmico, adotou o nome de Abderrahman depois de se converter ao Islão em 2011.

Nascido nos Açores, em abril de 1985, Fábio Almeida foi detido em outubro de 2015 e está desde a semana passada a ser julgado pela Audiência Nacional espanhola com mais três mulheres sob a acusação de formarem uma célula terrorista que se dedicava a recrutar mulheres para o Daesh.

Os quatro enfrentam penas de 10 anos ou, em alternativa, de oito anos por doutrinação terrorista.

Fábio Miguel Medeiros de Almeida reside desde os 11 anos em França e, na sua residência, as autoridades encontraram 65341 fotografias e 96 vídeos que, entre outras coisas, mostravam decapitações, espingardas de assalto, outras armas e propaganda do Daesh, segundo os termos da acusação.

Segundo o jornal espanhol ABC, o português já fazia parte do grupo terrorista quando se juntou com Laila H, Saif Eddine H. e Sanae B - uma marroquina com quem pensava casar-se e viajar para a Síria - a fim de lhes fornecer "apoio ideológico".


Terroristas condenados pelas autoridades iraquianas © Reuters

Abderrahman é natural da ilha Terceira e a sua adaptação a França decorreu com normalidade. Mas cinco anos depois de estar a residir nos arredores de Paris, já com 16 anos, optou por deixar os estudos e ir trabalhar na construção civil.

De acordo com a revista Sábado, Fábio Almeida trabalhou depois como arrumador de carros num hotel da capital francesa até ficar sem carta de condução, na sequência de um acidente de trânsito.

Com amigos maioritarimente árabes, junto de quem passava o tempo nos cerca de três anos passados no desemprego, Fábio Almeida acabou por se converter ao Islão no início da década. Acabaria por ser detido ao entrar em Espanha, a 4 de outubro de 2015, alegadamente em trânsito para a Síria.

DN

Nenhum comentário:

Postar um comentário