A
Odisseia do Espírito Santo, da
autoria de Albano Farinha, pseudónimo de António Manuel de Melo
Breda Carvalho, é o livro vencedor do V Prémio Literário Carlos de
Oliveira, concurso promovido pelo Município de Cantanhede para
celebrar a vida e obra de um dos mais importantes e aclamados
escritores do neorrealismo português. O júri fundamenta a sua
decisão “no facto de A
Odisseia do Espírito Santo
possuir um original dispositivo
narrativo que faz com que a história seja contada na primeira pessoa
alternadamente por todas as personagens, pela capacidade de
efabulação e pela riqueza da linguagem, que oscila entre a
reconstituição do léxico do século XVIII e o dos nossos dias”.
O livro explora factos históricos ocorridos na aldeia de Vilarinho
(Mondim de Basto) em 1758 e 1759, período durante o qual foi criada
uma heterodoxa congregação do Espírito Santo para auxiliar uma
mulher possuída por um espírito.
O
autor, António Manuel de Melo Breda Carvalho, nasceu na Mealhada, em
1960, e é professor do ensino básico no Agrupamento de Escolas da
Mealhada, com vasta obra literária editada, além de estudos
regionais. Iniciou a sua produção literária em 1990 inicialmente
no género do conto, tendo-se dedicado posteriormente ao romance. As
Portas do Céu é
o
seu romance de estreia, publicado em 2000, a que se seguiu a edição
de outros vários livros, entre os quais alguns premiados em
concursos literários, como As
Portas do Céu,
O
Fotógrafo da Madeira,
Os
Azares de Valdemar Sorte Grande,
Os
Filhos de Salazar,
Saída
de Emergência,
O
Crime de Serrazes
e Morrer
na Outra Margem.
A
atribuição do Prémio Literário Carlos de Oliveira
a “A Odisseia do Espírito Santo”
foi decidida por um júri constituído pelo vice-presidente da Câmara
Municipal, Pedro Cardoso, Osvaldo Silvestre, professor universitário,
em representação de Paula de Oliveira, sobrinha do escritor, e por
José António Gomes, em representação da Associação Portuguesa
de Escritores, António Apolinário Lourenço, académico convidado
pelo Município de Cantanhede, e Arsénio Mota, escritor e vencedor
da primeira edição concurso.
Criado
pelo Município de Cantanhede para estimular a criação literária
e, simultaneamente, homenagear um dos grandes vultos da literatura
portuguesa do século XX, o Prémio Literário Carlos de Oliveira, de
periodicidade bienal, é aberto à participação de autores de
qualquer dos países de língua oficial portuguesa, que podem
concorrer com apenas uma obra, inédita e não editada, em prosa
narrativa (conto ou romance). Com um valor de 5.000 euros, o prémio
é integralmente suportado pela autarquia, que, nos termos do
regulamento, assegura também a edição da obra vencedora.
A
entrega do prémio ocorrerá numa sessão a realizar para o efeito em
data a anunciar oportunamente.
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