Portugal com 34 dadores por milhão de habitantes
Foto: Rui Oliveira / Arquivo Global Imagens
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"Apesar de não ter atingido os recordes de 2009 e 2010, o ano passado foi um ano com muitos dadores, que, consequentemente, permitiu haver mais transplantes", explicou à Lusa Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), no dia em que se assinala o Dia do Transplante.
Registou-se também um aumento do número de doação em vida, apesar da presidente da SPT ter "a sensação", sem números oficiais, de que esteja a haver uma quebra, explicada pela "contingência atual que se vive com equipas a trabalhar no limite", pela falta de recursos humanos, pelas "infraestruturas que precisam de renovação" e com as "consultas que estão com tempo de espera prolongado".
"É notório o esforço desenvolvido por todas as equipas que se encontram a trabalhar no limite sem que haja investimento da tutela nesta área, quer a nível de recursos humanos quer a nível de infraestruturas", afirmou.
Para este ano, em termos de colheita, Susana Sampaio pretende manter o número de dadores do ano passado, e em nível de dadores vivos quer ultrapassar os 11% do número total de transplantes.
A SPT assinala esta sexta-feira o Dia do Transplante, em Coimbra, no Pavilhão Centro Portugal, que este ano é dedicado ao tema "O Transplante e a Arte".
Trata-se de uma relação que é muito evidente no início da transplantação, explica Susana Sampaio, quando "os seus pioneiros de alguma forma necessitaram de possuir arte e engenho para ultrapassar as dificuldades que sentiram".
"A arte é uma das melhores formas de o ser humano expressar as suas emoções e sentimentos. E o mundo da transplantação pode ser uma avalanche de emoções, quer para os dadores, para os recetores e mesmo para os profissionais de saúde", salientou.
No Dia do Transplante pretende-se "homenagear todos os intervenientes na transplantação e chamar a atenção para a transplantação através da arte e ao mesmo tempo divulgar algumas das suas expressões", refere a presidente da SPT, que chama ainda a atenção para a necessidade de procurar ir mais além, dado que o número de dadores falecidos não consegue suprir as necessidades de órgãos para os doentes em lista de espera e uma forma de aumentar a doação é através da doação em vida.
Para Susana Sampaio são necessárias mais campanhas, para sensibilizar potenciais dadores e profissionais de saúde, que poderão ajudar a responder a todas as dúvidas que possam surgir.
Fonte: JN
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